Por Sttela Vasco

Todos nós nos lembramos de um dos filmes que nos marcou na infância. Pode ter sido uma cena, uma música ou um ator, mas alguma parte dele permanece na nossa memória mesmo depois de crescermos. Às vezes dá certa agonia por não sabermos o nome deles e, em outras, a agonia se dá pelo fato de não os encontramos em lugar nenhum para comprar e rever. São filmes muitas vezes tidos como ingênuos ou “sessão da tarde”, mas que conseguiram, de alguma forma, se destacar da maioria e permanecer inabaláveis pelo tempo.

Os filmes abaixo têm uma época em comum e fazem parte de uma lista bastante pessoal, mas acredito que, assim como para mim, pelo menos um deles marcou a infância de muita gente. Cada um com seu encanto, todos conseguiram ser marcantes o suficiente para resistir ao tempo e permanecerem na memória. Confira a seguir o 5 +1 sobre filmes que marcaram a infância e descubra se algum deles fez parte da sua também.

A Princesinha (1995)

a princesinha

Baseado na obra da inglesa Frances Hodgson Burnett, A Princesinha (A Little Princess) conta a história de Sarah Crewe (Lisel Matthews), uma garota inglesa que levava uma vida feliz na Índia e vê tudo mudar quando eclode a Primeira Guerra Mundial e seu pai precisa ir para a guerra, deixando Sarah em um luxuoso internato para meninas em Nova Iorque. Após um mal entendido, e contando com a antipatia da diretora do lugar, a garota precisa usar sua criatividade para sobreviver às mais duras situações e retornar ao seu lar na Índia. Com uma ótima fotografia e um enredo bem estruturado, o longa traz Alfonso Cuarón na direção.

O Jardim Secreto (1993)

o jardim secreto

Outra adaptação de uma obra de Hodgson Burnett, O Jardim Secreto (The Secret Garden) foi dirigido pela polonesa Agnieszka Holland e teve sua atriz principal, Maggie Smith, indicada ao Bafta de melhor atriz coadjuvante em 1994. O filme conta a história de Mary Lennox (Maggie Smith), uma garota que, assim como Sara Crewe, também vivia na Índia e teve sua vida mudada quando, após a morte de seus pais, precisa se mudar para a casa de um tio na Inglaterra. Solitária e perdida na mansão de Lorde Archibald Craven (John Lynch), Mary descobre um jardim secreto na residência, que passa a ser seu refúgio e o início de grandes mudanças para todos os moradores da mansão.  O longa teve uma continuação, lançada em 2001, De volta ao Jardim Secreto (Back to the Secret Garden) que não foi muito bem recebida.

Meu Primeiro Amor (1991)

Meu Priemeiro Amor

Um dos filmes mais queridos já feitos, Meu Primeiro Amor (My Girl) conta a história de Vada Sultenfuss (Anna Chlumsky), uma garota de 11 anos que é obcecada com a morte. Através de sua relação com seu pai, um agente funerário que a negligencia, uma maquiadora para funerais recém contratada e, principalmente, com Thomas J. Sennett (Macaulay Culkin), Vada faz descobertas sobre o amor e sobre a morte enquanto cresce. Dirigido por Howard Zieff, Meu Primeiro Amor ganhou uma sequência em 1994.

Matilda (1996)

Matilda

Quem não se lembra da história da garotinha que podia mover objetos apenas com gestos? O longa, dirigido por Danny DeVito, foi baseado na obra homônima de Roald Dahl e conta a história de Matilda (Mara Wilson) uma garota inteligente, apaixonada por livros e com poderes especiais que é negligenciada pelos pais e enviada a uma escola comandada por uma diretora cruel e rígida. Com a ajuda de uma professora e de seus poderes, Matilda combaterá a diretora e mudará a própria vida. O filme debate a maneira com que alguns pais criam seus filhos, além de retratar uma família negligente e as consequências de suas ações.

Os Batutinhas (1994)

os batutinhas

Um grupo de garotos que detesta meninas e um grupo de garotas que odeia meninos. Isso já é o bastante para lembrarmos da história de Batatinha (Travis Tedford), Porky (Zachary Mabry), Alfafa (Bug Hall) e Stymie (Kevin Jamal Woods). Os Batutinhas (The Little Rascals) retrata o que acontece quando Alfafa se apaixona por Darla (Brittany Ashton Holmes) e o clube se mobiliza para separar esse possível casal. O longa, que foi baseado na série Our Gang, exibida em 1955, tem direção de Penelope Spheeris.

E o filme além dos clichês é…

A História Sem Fim (1984)

a história sem fim

Você pode até não se lembrar da história em si, mas com certeza tem alguma memória de Falco, o dragão branco com feições de cachorro de A História Sem Fim (The Never Ending Story). Baseado na obra homônima de Michael Ennde – que, por sinal, não gostou nem um pouco da adaptação e pediu que seu nome não fosse incluído nos créditos iniciais – o filme narra a história de Bastian (Barreta Oliver), um garoto introvertido e cheio de problemas que ao entrar em contato com um antigo e misterioso livro, descobre o místico mundo de Fantasia, um lugar ameaçado e à espera de um herói. A partir daí, Bastian inicia uma jornada em busca da salvação de Fantasia e de si próprio. Dirigido por Wolfgang Petersen, o longa contou com mais duas continuações A História Sem Fim 2, de 1990, e A História Sem Fim 3, de 1994.

A História Sem Fim é, para mim, o filme além dos clichês por conseguir mesclar conceitos adultos ao imaginário infantil de uma forma instigante, mas que não chega a ser assustadora. Lembro de ficar fascinada pela história e de, mesmo sem lembrar exatamente o roteiro, nunca esquecer do “cachorro branco” ou do feroz Nada que engolia aquele reino. Afinal, o importante mesmo em um filme que marca a infância não é deixar sua história fixa por completo na mente da criança, mas sim deixar certos detalhes para trás que o tornem tão único e especial a ponto de fazer com que uma pessoa já no seus 20 anos rebusque a internet (e locadoras, e lojas) em busca do dito cujo.