A historiografia do cinema convencionou a ideia de que o filme é uma ilusão. Isso aconteceu antes mesmo da invenção dos maravilhosos efeitos rudimentares, mas eficazes, de George Meliés.

O filme é o simulacro da vida. Este simulacro pode ser a imagem de uma paisagem tal qual reconhecemos no mundo real.  Assim como uma cena fantástica destacada do conceito de realidade, como nos filmes de terror ou ficção-científica. Por outro lado, também podemos verificar quão maravilhosa é a ilusão quando deixamos nosso cérebro enganar ostensivamente nossas retinas.

Construções impossíveis em Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

Se olharmos para filmes como Brilho eterno de uma mente sem lembranças, de 2004 (crítica aqui), de Michel Gondry, nos sentiremos numa instalação de Maurits Escher. A forma do espaço físico torna-se mutante e é em torno dessas mutações que orbitam os personagens. O diálogo estabelecido entre os ambientes e o pathos dos personagens dão unidade à volatilidade da memória. Lançam luz ainda aos cantos obscuros da reminiscência e às lacunas do pensamento imediato.

Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

Cena do filme Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças

O cinema serve à ilusão. As imagens que procuram traduzir o estado de ânimo das personagens são a chave principal de leitura para se compreender a profundidade de um enredo.

Basta nos voltarmos aos clássicos para compreender melhor esta dinâmica. Pense na cena dos espelhos em A Dama de Shangai, de Orson Welles. Ou nas alucinações vertiginosas de James Stewart, em Um Corpo que Cai, de Hitchcock. Lembre até mesmo de Mia Farrow completamente dopada sendo possuída por algo que ela acredita ser o Diabo personificado, em O Bebê de Rosemary. Neste caso, o espectador jamais saberá se houve uma manifestação real ou se a personagem foi estuprada por fanáticos satanistas.

Novamente, são as lacunas da narrativa e suas representações imagéticas as forças mais potentes no ato de se contar uma história na tela.

As ilusões do cinema são abordadas  no curso de Introdução à Linguagem Cinematográfica, ministrado pelo professor Donny Correia. Mais informações no link abaixo.

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