Philip K. Dick é o mais famoso escritor de ficção científica do século XX. Da mente dele surgiram histórias como Minority Report, We can Remember it for You Wholesale (O Vingador do Futuro: Total Recall), Paycheck e, talvez o mais icônico de todos, Androides sonham com ovelhas elétricas?, adaptado para o cinema por Ridley Scott em 1982 com o título Blade Runner: O Caçador de Androides.

Considerado um longa neo-noir por ter influência direta dos filmes noir policiais americanos, a história se passa numa Los Angeles futurista de 2019, onde a poluição e a miséria tomaram conta das ruas. A esta atmosfera claustrofóbica e neon, Ridley Scott escolheu acrescentar uma forte presença asiática e uma arquitetura que transmite a sensação de vigilância constante, alinhada com a artificialidade das relações, das roupas e das peles.

A opção por estas características contribui para dirigir nosso olhar aos anseios da época em que o filme foi produzido. O contexto era anos 1980, em meio à Guerra Fria, iminência da bomba atômica e elevação da China à categoria de superpotência científica e tecnológica.

Blade Runner e a humanidade

Blade Runner parte de diversas referências bíblicas para propor a relativização da relação criador/criatura, a finitude da vida e a essência da individualidade. Em última medida, a trama aborda a existência da alma, do que é feito o ser humano e o que são os “replicantes”.

No final das contas, o filme, superando o maniqueísmo bem versus mal, é uma filosofia acompanhada de efeitos de visuais deslumbrantes. Sua narrativa nos deixa intrigados sobre a complexidade e a tênue linha que existe entre o humano e a máquina, entre bem e mal.

O filme Blade Runner: O Caçador de Androides e outras obras de ficção-científica são abordadas no curso Panorama do Cinema Distópico, ministrado pelo professora Thais Lourenço. Mais informações no banner abaixo.

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