Não é de hoje que o Globo de Ouro está em maus lençóis.

Polêmicas, denúncias graves, corrupção e falta de diversidade no corpo de votantes são alguns dos inúmeros problemas que a premiação enfrenta. Em sua 79a° edição, a cerimônia está marcada para acontecer este ano no dia 9 de janeiro, sem apresentadores famosos (os convites foram recusados!), sem transmissão na televisão norte-americana e sem tapete vermelho.

Embora o Globo de Ouro não seja mais encarado como um termômetro para o Oscar e tenha perdido sua credibilidade, o evento ainda é uma oportunidade para o público conhecer novos filmes, diretores, histórias e sotaques. A certeza inabalável é a de que no domingo o assunto estará nos trending topics e o volume de buscas pelas obras indicadas e premiadas vai aumentar exponencialmente.

Por isso, resolvemos preparar esse “esquenta” para o Globo de Ouro relembrando títulos que venceram em um passado não tão distante e que, cada um à sua maneira, deixou sua marca na história do Cinema. 

Fica comigo até o final, que eu vou te dar cinco indicações bônus e ainda te contar como e onde assistir a todas elas online.

A Fita Branca (2009), de Michael Haneke

O diretor austríaco é tão prestigiado no circuito de festivais e premiações, que só nesta lista ele terá uma dobradinha. O filme se passa em um pacato vilarejo alemão, às portas da Primeira Guerra Mundial. Lá, as forças de autoridade são representadas por um médio, um barão e um pastor. Castração, punição, violência e mistério dão o tom de A Fita Branca, acompanhados por silêncios ameaçadores e olhares cortantes.

 

A Separação (2011), de Asghar Farhadi

O quão complexo pode ser um divórcio, a depender se ele acontece no contexto da cultura ocidental ou oriental? O peso das tradições, dos papéis de gênero e as fissuras emocionais de uma família à beira do colapso. O multipremiado diretor iraniano mergulha em uma relação conjugal para expor, a partir deste pequeno núcleo, os meandros de uma sociedade regida por preceitos estritos, onde a palavra e a honra têm valor central.

 

Amor (2012), de Michael Haneke

Amor (2012), de Michael Haneke

Compartilhar a vida a dois por décadas levou o casal octogenário da trama, Georges e Anne, a uma relação de total comunhão e parceria. No entanto, as limitações da velhice acabam adicionando dificuldades cotidianas.  Amor nos confronta o tempo todo, nos obriga a questionar noções de limite, ética e moral. Somos impelidos a rever o que pode ser considerado um ato de amor e, quem sabe, aceitar que ele pode nos levar a lugares inimagináveis.

 

Leviatã (2014), de Andrey Zvyagintsev

Leviatã (2014), de Andrey Zvyagintsev

A Rússia no microscópio. Todo um sistema de corrupção estrutural é exposto tendo como ponto de partida um pai de família ameaçado pelo prefeito de sua cidade e a iminência de perder sua casa. Tal qual Leviatã, de Thomas Hobbes, o Estado exerce, assustadoramente, um poder absoluto, com suas várias cabeças alojadas na esfera civil e religiosa. 

 

Em Pedaços (2017), de Fatih Akin

Em Pedaços (2017), de Fatih Akin

Uma explosão criminosa, resultante de um atentado, destrói a família de uma alemã casada com um turco. Na tentativa de garantir que a justiça seja feita e os culpados sejam punidos, ela embarca em uma jornada de vingança, onde não há mais nada a perder. A atuação de Diane Kruger lhe rendeu o prêmio de Melhor Atriz no Festival de Cannes.

 

 

 

Pixote – A Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco

Um daqueles casos raros em que a frase “a vida imita a arte” pode ser levada ao pé da letra. Pixote é um menor negligenciado que foge de um reformatório e passa a viver nas ruas cariocas cometendo uma série de crimes. Infelizmente, Fernando Ramos da Silva, ator que deu vida à Pixote, tem muito em comum com o personagem que o lançou às telas. Ambos marginalizados, sobrevivendo a partir de delitos e com um fim trágico e violento. 

O Garoto da Bicicleta  (2011), de Luc Dardenne, Jean-Pierre Dardenne

Os irmãos belgas colecionam prêmios nos mais prestigiados festivais do mundo. Com um forte teor político e social, seus filmes costumam retratar personagens no limite, marginalizados por uma sociedade impiedosa com aqueles que não se enquadram na dinâmica do capital.Adeptos de um cinema humanista e da simplicidade de dispositivos técnicos, em O Garoto da Bicicleta o minimalismo sonoro foi substituído por música e, ao invés de atores desconhecidos, escalaram uma atriz famosa para o elenco, Cecile de France.

Azul é a Cor Mais Quente (2013), de Abdellatif Kechiche

Embalado por uma Palma de Ouro tripla inédita no Festival de Cannes, que premiou não só o diretor franco-tunisiano, mas também as atrizes Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, foi um dos filmes mais comentados (e controversos) daquele ano e, ao contrário do que todos esperavam, não foi o indicado da França para o Oscar, que preferiu levar Renoir para disputar a categoria de de Melhor Filme Estrangeiro. O Globo de Ouro seria uma espécie de “prêmio de consolação”, que também não aconteceu. No entanto, isso não foi o suficiente para ofuscar a repercussão da obra até hoje, seja esta por bem ou por mal. 

O Clube (2015), de Pablo Larrain

Temas espinhosos nunca intimidaram o diretor chileno. Ele já direcionou suas lentes à ditadura de Augusto Pinochet, ao desejo femino, aos bastidores do poder e, com O Clube, ele desnuda com crueza os pecados e crimes cometidos por um grupo de ex-padres. Até que ponto podemos apagar o passado? O tempo realmente cura todos os traumas?

Assunto de Família (2018), de Hirokazu Koreeda

O diretor japonês embaralha o nosso conceito de família com este verdadeiro sopro de vida que conquistou a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Parentalidade, afeto e senso de comunidade são algumas das janelas possíveis para deixar julgamentos de lado e absorver novas configurações familiares que se desenham. Tão reais e intensas quanto aquelas criadas a partir do laço consanguíneo. 

 

Agora que a gente já fez todo o trabalho de garimpar estas pérolas contemporâneas, você só precisa clicar no botão abaixo e acessar o streaming do Reserva Imovision para assistir às obras. Boas sessões!

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*O conteúdo foi produzido pelo Cinemascope com o patrocínio do streaming Reserva Imovision