Os musicais marcaram a história do cinema com grandes produções como O Mágico de Oz (1939), Cantando na Chuva (1952) e A Noviça Rebelde (1965). Juntando diversas referências à esses filmes, La La Land: Cantando Estações(2016), contou uma história com um pé na realidade e outro na fantasia e quase ganhou o Oscar de melhor filme em 2017. 

O musical, disponível no streaming do Telecine, é o terceiro longa do jovem diretor Damien Chazelle, que ganhou destaque mundial e indicações ao Oscar, em Whiplash: Em Busca da Perfeição(2014). La La Land: Cantando Estações foi escrito e dirigido por Chazelle e acompanha a história de dois jovens que buscam realizar seus sonhos na cidade de Los Angeles. Mia (Emma Stone) quer se tornar uma grande atriz de cinema e divide sua vida entre o trabalho numa cafeteria e testes de elenco. Já Sebastian (Ryan Gosling) tem o sonho de viver da música e conseguir montar seu próprio bar de jazz. De alguma forma, os dois vivem se conhecem e isso parece ser alguma mensagem do universo. Ou não.

La La Land

Damien Chazelle e equipe durante as gravações de La La Land: Cantando Estações (2016).

UM MUSICAL PÓS-MODERNO

Se no cinema moderno, e na arte moderna em geral, havia uma busca pelo novo, pelo autêntico, no pós-moderno as obras são construídas sobre referências. Boa parte disso se dá pela globalização e o advento da internet. Essa quebra de barreiras globais proporcionou a troca de informações e contato com outras culturas de forma rápida. Isso fez com que a arte, sempre um reflexo do seu tempo, também demonstrasse sinais dessa nova era, com produções artísticas que não estavam limitadas apenas a sua realidade ou campo de atuação.

Em La La Land, Damien construiu a história utilizando uma miscelânea de conexões, principalmente visuais, que homenageiam os musicais. A cada cena o público joga uma nova partida de “pegue a referência”. É possível identificar elementos de filmes como Amor Sublime Amor (1961)  e Os Guarda-Chuvas do Amor (1964), ambos também disponíveis no Telecine, e até a produções mais recentes do gênero como Moulin Rouge – Amor em Vermelho (2001). No vídeo abaixo temos alguns exemplos de como as referências imagéticas ajudam a contar a história de La La Land.

LA LA LAND: ENTRE A REALIDADE E A FANTASIA

O que também chama a atenção são as diferenças de um filme do gênero. No mundo dos musicais, tudo é maravilhoso e perfeito. Apesar de alguns perrengues, como ser pobre ou ter uma madrasta terrível, tudo parece pertencer a um universo mágico e onírico. A versão de Chazelle deixa claro para o espectador que ele está criando um musical e está prestes a quebrar algumas “regras” do gênero. Isso é pontuado, por exemplo, nos momentos em que Sebastian e Mia, contestam o fato de estarem sempre se encontrando e que aquilo não é nada demais. Coisa que em outros filmes, significa que os dois seriam almas gêmeas predestinadas a viverem juntos para sempre, com direito a número musical com ambos fazendo um dueto à distância. Cada um cantando sobre o amor e lançando olhares apaixonados de suas janelas. Em La La Land, o casal não dá crédito para isso. É apenas coincidência e que, teoricamente, nunca darão certos juntos.

Além disso, existem outros “perrengues” que aproximam o filme do mundo real. Por exemplo: depois de conseguir dar uma escapadinha do trabalho para um teste, Mia com pressa para chegar no local, é atropelada na cafeteria em que ela trabalha por um cliente com um imenso copo de café. Sem tempo para trocar de roupa, a moça tem que participar da audição utilizando um casaco gigante para disfarçar a mancha na camisa branca.

Essa ideia de “mundo mágico e perfeito” também se dissolve na conclusão do filme. Obviamente não darei spoilers sobre como termina, mas posso dizer que não é o que encontraríamos em um final perfeito de um clássico do gênero. Como forma de pontuar isso, Chazelle inclui uma cena muito interessante nos instantes finais mostrando, de forma resumida, como toda a história de Mia e Sebastian teria ocorrido caso fosse um filme feito no auge da popularidade dos musicais. Mais um apontamento dessa outra característica pós-modernista da produção.

La La Land

Camisas branquinhas não estão imunes ao dedinho de realidade de La La Land.

La La Land foi elogiado mundialmente e apontado como um dos melhores filmes de 2016 pela crítica especializada. Recebeu sete indicações ao Globo de Ouro de 2017 e venceu nas sete. No Oscar do mesmo ano, teve 14 indicações, igualando com A Malvada (1950) e Titanic (1997) e venceu em sete categorias.

Nessa premiação, o filme ainda protagonizou uma cena inusitada. Na entrega do Oscar de Melhor Filme, La La Land foi anunciado como vencedor. Porém, os envelopes estavam trocados e, na verdade, foi lido o de melhor atriz que premiava Emma Stone por La La Land. Depois que toda equipe estava no palco para receber o prêmio é que o erro foi percebido e Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016) foi o grande vencedor. Mesmo assim, o filme foi um sucesso, conquistando o coração de diversos fãs do gênero e despertando o interesse daqueles que nunca tinham experimentado assistir a um musical.

Em nosso perfil no spotify criamos uma playlist dedicada a musicais, onde você encontra não apenas músicas de La La Land como também de outros clássicos. Dá o play aqui embaixo:

Tanto La La Land, quanto outros grandes sucessos musicais como The Rocky Horror Picture Show (1975), Os Embalos de Sábado a Noite (1977) ou um dos grandes filmes de Elvis Presley, Feitiço Havaiano (1961) entre outras produções do gênero, podem ser vistos e revistos no aplicativo do Telecine.

Para conhecer mais musicais e uma variedade de obras, corre lá no Telecine que você encontra um catálogo de mais de 2 mil filmes. Você pode assisti-los de graça por 60 dias, mas corre que é só até 12/12. Mergulhe nessas preciosidades com essa facilitação exclusiva que eles deram para os nossos leitores. Quem já tem Telecine no pacote de TV por assinatura pode usar a plataforma gratuitamente, basta acessar com login da operadora.

*Esse post foi produzido pela equipe do Cinemascope conta com o patrocínio do Telecine.

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