Por Rafael Ferreira
Sempre presente nas listas de melhores filmes, O Mágico de Oz conta a história de Dorothy, uma menina de 12 anos que viaja a um mundo fantástico, onde o único que pode ajudá-la a voltar para casa é um mágico que mora numa terra afastada. Em sua jornada, a garota conhece personagens que a acompanham porque almejam ganhar dotes do Mágico. Para alcançar seu objetivo eles precisam se confrontar com uma bruxa que vigia cada movimento deles. Após derrotar a antagonista, Dorothy e seus ajudantes descobrem uma grandeza interior. Esta linha narrativa não apresenta nenhuma novidade, ela segue a estrutura da jornada do herói descrita por Joseph Campbell em 1949 (dez anos após o lançamento deste filme), seguida por diversos filmes de aventura como Star Wars, O Senhor Dos Anéis, Avatar, etc. então por que O Mágico de Oz é tão mágico?
Desde que o cinema deixara de ser apenas uma atração em feiras e se tornou uma arte, a maneira de contar histórias tem sido um fator importante, O Mágico de Oz ganha destaque neste aspecto por inovar ao utilizar as cores como artifício para ajudar à narrativa, isto só foi possível graças à Technicolor, uma companhia dedicada ao filme colorido. O Mágico de Oz é freqüentemente lembrado como o primeiro filme colorido da história do cinema, o que não é verdade, a companhia foi fundada em 1932, desde então vem prestando serviço aos estúdios de cinema de Hollywood, mas podemos dizer então que O Mágico de Oz é o primeiro filme que melhor usa as cores no cinema, fazendo a transição entre o mundo real e o mundo fantástico.
O uso da cor não foi o único fator para o sucesso de O Mágico de Oz, antes de adentrarmos na mágica do filme precisamos voltar para 1889. L. Frank Baum era um simples gerente em uma loja que fracassara em seu emprego, tentara ser repórter e mascate após isto, mas falhara igualmente, tentara fazer alguns curtas-metragens no início, mas estes não eram considerados bons. Encorajado por sua sogra, Baum começa a escrever histórias infantis baseadas naquelas que ele contava aos seus quatro filhos e seus amiguinhos. Uma vez escrito o primeiro tratamento, Baum precisava de um título, o nome Oz lhe veio quando observou que sua estante de livros estava organizada em ordem alfabética, uma sessão de A a N e a outra de O a Z, daí veio “Oz”. O primeiro livro “The Wonderful Wizard of Oz“ foi publicado no ano 1900 e fez grande sucesso, seguido por várias sequências.
A trajetória de O Mágico de Oz das páginas para as telas começou por um grande visionário, Walt Disney. No início dos anos 1930, Louis B. Mayer, chefe da MGM, era um dos produtores, senão o produtor mais poderoso de Hollywood, estava determinado a superar o sucesso do longa-metragem animado de Disney, Branca de Neve e os Sete Anões (1937), Mayer comprara os direitos da obra de L. Frank Baum, pois sabia que Walt estava interessado para seu filme após Branca de Neve, e logo em seguida contratara um diretor para o projeto, Richard Thorpe.
A primeira escolha para interpretar Dorothy era Shirley Temple, que tinha uma idade próxima da personagem do livro de Baum, e era uma estrela em ascensão, porém, ela estava em um contrato com a 20th Century Fox, e o estúdio não estava disposto a cedê-la. Reza a lenda que depois de muitas negociações, o estúdio conseguiu Temple em troca de Clark Gable e Jean Harlow, mas o contrato perdeu a validade com a morte repentina de Harlow em 7 de junho de 1937. Outras atrizes foram consideradas para o papel, como Deanna Durbin, e Bonita Granville, mas outra atriz que estava ganhando destaque chamou a atenção da MGM, Judy Garland. Além da voz incrível, a garota também levava vantagem por sapatear desde os dois anos de idade, mas infelizmente era muito velha para o papel (ela tinha 15 anos na época), e com alguns quilinhos a mais, a solução encontrada foi usar uma faixa apertada para esconder os seios para parecer mais jovem e perder dois quilos.
Veja este trecho de Diabinho de Saia (1938) e diga se não é talento puro:
Para o personagem que dá nome ao filme, vários atores o recusaram. O roteiro foi escrito com W. C. Fields em mente, e lhe foi oferecido US$ 75.000, mas este ainda não estava satisfeito. O produtor Mervyn LeRoy queria Ed Wynn, um comediante de rádio, que recusou por achar o papel pequeno demais. Levando isto em consideração, o estúdio decidiu aumentar a participação do ator que interpretaria o Mágico de Oz. Frank Morgan, foi o ator escolhido, além do Mágico, Morgan também é o Professor Marvel, o guardião do portão, o cocheiro com os cavalos coloridos, e o guarda do Mágico.
Para o papel do Leão Covarde, Mervyn LeRoy primeiramente pensou em (I-shit-you-not) Jackie, o leão da abertura dos filmes da MGM, dublado por algum ator – Se você acha isso absurdo, o que acharia se soubesse que foi considerado uma pessoa vestida de cachorro para interpretar Totó? – contudo, esta ideia foi abandonada quando Bert Lahr, ator de vaudeville, se apresentou ao estúdio. Sábia decisão! Coincidentemente, Lahr é do signo de leão, nascido em 13 de agosto.
Ray Bolger, que outrora fora caixa de banco, vendedor de aspirador de pó, e contador, fora escolhido para ser o Homem de Lata, mas convicto de que seria melhor aproveitado se fosse escalado para o papel do Espantalho, seu ídolo de infância, insistiu com o estúdio para conseguir tal papel. Porém, antes de Bolger ser escolhido para ser o Espantalho, o estúdio havia contratado Buddy Ebsen, os dois atores então inverteram seus papéis. Mais uma sábia decisão! Infelizmente para Ebsen, a maquiagem para o Homem de Lata continha pó de alumínio, algo totalmente prejudicial que, além de causar uma reação alérgica no ator, penetrou em seus pulmões impedindo-o de respirar. Enquanto se recuperava no hospital, teve de ser substituído, foi então que sem saber dos motivos do afastamento de Ebsen, Jack Haley se candidata ao cargo. Por motivos de segurança, a maquiagem teve de ser substituída para pasta de alumínio. Buddy Ebsen considera esta substituição a pior humilhação de sua carreira, pois ele não estava disposto a abandonar o projeto.
Neste trecho de Ziegfeld – O Criador de Estrelas (1936), Bolger parece não ter ossos, e ser puxado por uma cordinha, o que o torna perfeito para o papel do Espantalho em O Mágico de Oz:
Em filmes como este, os desenhistas de produção sempre tomam um cuidado extra com a caracterização dos personagens. As ilustrações de W. W. Denslow apenas serviram de referência para o figurino de alguns personagens, mas para outros a produção teve de usar sua criatividade. Frank Morgan, por exemplo, encontrou o figurino para o Mágico de Oz por acaso, o terno usado pelo personagem deveria aparentar ter sido elegante no passado, e fora de moda no presente, portanto, a produção visitou brechós e comprou todo o estoque de paletós para o diretor e Morgan escolherem. Por acaso (ou destino, acreditem no que quiserem), Morgan encontrou num dos bolsos uma etiqueta que indicava que o terno fora feito para L. Frank Baum, a produção entrou em contato com a viúva de Baum, que confirmou que aquele terno pertencera ao autor do livro.
Inicialmente a Bruxa Malvada do Oeste deveria ser uma mulher sexy, assim como a Rainha Malvada em Branca de Neve e os Sete Anões, Mervyn LeRoy até contratara Gale Sondergaard, uma linda atriz, para o papel. Contudo, um diálogo – Dorothy indaga, “Eu pensei que todas as bruxas fossem feias”. “Só as malvadas”, responde Glinda – deixaria de fazer sentido neste contexto, o produtor então decidiu que era preciso deixá-la feia. Sondergaard desistira do papel após ver os resultados do teste de maquiagem. Aconteceu mais ou menos como no vídeo:
O estúdio logo substituíra Gale Sondergaard por Margaret Hamilton. Em estado de euforia, ela ligou para o seu agente para perguntar qual seria seu papel, ao que ele respondeu “a Bruxa, quem mais?”, acabando com seu humor. É irônico como ela tenha sido escolhida para ser a Bruxa Malvada, uma vez que seu primeiro emprego fora de professora de jardim de infância.
Depois de contratado o elenco, diretor e roteiristas – o filme contara com 14 roteiristas, apesar de creditar apenas 3, o mais talentoso deles era Noel Langley, que foi responsável por mudar o sapato de Dorothy de prata para rubi, estabelece que os personagens do mundo da fantasia trabalhariam na fazenda, e também responsável pela frase “não há lugar como nosso lar!” – o filme pôde iniciar as filmagens. Após várias semanas com Richard Thorpe na direção, o estúdio achou seu trabalho insatisfatório, sem nenhuma qualidade infantil, e colocou George Cukor (de Núpcias de Escândalo) temporariamente. Cuckor não chegou a filmar nenhuma cena, apenas modificou o figurino do Espantalho e Dorothy, se livrando da peruca loira desta. Graças a estas mudanças, toda a filmagem feita anteriormente com Thorpe no comando fora descartada. Cuckor é afastado para dar mais atenção a outro projeto, … E o Vento Levou, O produtor Mervyn LeRoy contrata Victor Fleming para dirigir, que apesar do tipo machão – aqueles que conviveram com Fleming, como Clark Gable, seu amigo pessoal, o descrevem como o personagem Jack Driscoll de King Kong (1933) – ele se identifica com o projeto, além de ser conhecido por salvar filmes fadados ao desastre. Antes de completar o filme, David O. Selznick o chama por causa de problemas com a produção de O Vento Levou, aparentemente George Cukor e Clark Gable não se dão muito bem, o astro ameaça sair do filme se seu amigo Victor Flaming não for chamado para assumir a direção. Flaming atende ao pedido do amigo, e King Vidor é chamado para filmar as últimas cenas restantes, ao que ele gastou apenas duas semanas para concluí-las. Em respeito ao trabalho de Victor Flaming, Victor não achou que merecia receber crédito como diretor.
Para o público de hoje, O Mágico de Oz pode até parecer cafona no que diz respeito ao seu visual, comparado com Alice no País das Maravilhas (2010) de Tim Burton, onde grande parte dos cenários é gerada por computador, assim como alguns personagens são animados por computador, e os efeitos visuais que ajudam a contar a história também gerados por computador. Ao ver o clássico de 1939 percebemos a artificialidade, as folhas de plástico na terra dos Munchkin, a piscininha com a água tingida de azul onde deveria ser um rio, os cenários em matte painting, as árvores que são claramente pessoas fantasiadas, e o figurino que parece ter sido feito para uma peça escolar. Assistindo com mais atenção, percebemos que a artificialidade de O Mágico de Oz em partes chega a ser superior a trabalhos recentes como a adaptação que Tim Burton fez do clássico de Lewes Carroll, os cenários, por exemplo, alguns deles parecem mais reais do que damos crédito, todos dentro de um set, mas às vezes não sabemos exatamente onde termina o set e começa o matte painting; os efeitos especiais como o tornado, a casa flutuante, a Bruxa sendo derretida, a bola de fogo que a Bruxa lança, a mensagem que a Bruxa deixa no céu, e a transição de tons sépia para colorido num único plano, todos estes efeitos são extremamente simples de serem feitos com o auxílio do computador, mas em 1939 esta não era uma opção, portanto, era preciso mais criatividade para a execução, esta era a tarefa de Buddy Gillespe, que tinha sido diretor de arte no Ben-Hur (1925) original. Os efeitos criados por Gillespe ajudaram a compor a mágica do filme, e para não diminuir esta mágica não revelarei nenhum de seus truques.
O figurino dos protagonistas também merece ser comentado. A fantasia do Homem de Lata foi feita com pedaços de couro endurecido, outros pedaços de papel marche. Durante o intervalo das filmagens, Jack Haley estava tão rígido nesta roupa, que só podia descansar reclinado numa tábua, Anthony Daniels, que interpretou C-3PO na saga Star Wars quase 30 anos depois passou pelo mesmo incômodo; ao assistir o filme em alta resolução, podemos observar com detalhes que o rosto do Espantalho tem uma textura, isto porque era uma prótese de borracha com textura colada no rosto do ator Ray Bolger, tapando todos os poros. Mesmo depois que as filmagens acabaram, o rosto de Bolger ficou marcado com as linhas da maquiagem, o que levou mais de um ano para desaparecer completamente; porém, isto não representa nada perto do que Bert Lahr passou com sua roupa de Leão Covarde que pesava 40 kg. A fantasia foi feita com autêntica pele de dois leões. Imagine você usando uma roupa com este peso, transpirando feito louco dentro dela, e tendo de dançar e cantar fingindo que nada o incomoda. Quase sempre no fim do dia a fantasia estava ensopada por dentro, tanto que havia duas pessoas na produção, cujo único trabalho era passar a noite secando e higienizando a fantasia para ser usada no dia seguinte.
As filmagens de O Mágico de Oz estavam longe de ser um mar de rosas, havia brigas, confusões, acidentes. Além do já mencionado incidente que resultou no afastamento de Buddy Ebsen, Margaret Hamilton sofrera queimaduras de segundo grau no rosto e de terceiro nas mãos enquanto filmava a cena em que ela deixa a terra dos Munchkin numa fumaça vermelha. Na primeira tentativa, a fumaça que deveria cobri-la surgiu antes que ela pisasse na plataforma que a desceria abaixo do cenário. Na segunda tentativa, a capa de Hamilton ficou presa na plataforma quando a bola de fogo surgiu, sua maquiagem verde superaqueceu, e se não tirassem a maquiagem rapidamente, seu rosto teria ficado deformado. Foi descoberto mais tarde que o cobre era um dos componentes para a maquiagem.
Como podemos ver, o primeiro take, no qual a fumaça surge adiantada, foi usado no filme:
Até os dias atuais, muitas lendas sobre a produção de O Mágico de Oz ainda perduram, a maioria delas envolvendo os Munchkins. Segundo Judy Garland, em uma série de entrevistas, revela que algumas delas são exageradas, outras não. Os Munchkins eram anões de verdade, atores de vaudeville, ou artistas de circo. A desordem e a bebedeira tomavam conta do set e nos bastidores, um deles chegou a passar uma cantada em Judy Garland. A lenda urbana mais difundida envolvendo os Munchkins conta que um deles se enforcou no set de filmagem, e é possível vê-lo pendurado. Esta lenda urbana começou a circular em 1989, com o lançamento do VHS da edição comemorativa de 50 anos de O Mágico de Oz, a esta altura todos já sabiam da desordem causada pelos Munchkins, soma-se a isso um relato sobre um contra-regra que caiu e não teve tempo para sair do enquadramento, mas uma olhada mais cuidadosa, com a possibilidade de pausar, passar em câmera lenta, voltar e assistir novamente a mesma cena, percebeu-se que algo balança entre duas árvores ao fundo, algo semelhante a um anão enforcado.
Vídeo capturado do VHS da cena contendo o enforcamento:
Anos depois, com o lançamento do DVD e Blu-Ray, com a imagem restaurada, percebemos claramente que se trata de uma ave com longas asas, aparentemente uma cegonha a esticá-las. Para criar uma sensação de que aquela região fosse mais silvestre, várias aves exóticas foram colocadas dentro do set, emprestadas do zoológico de Los Angeles.
Mesma cena, mas com uma resolução melhor:
A estranheza dessa história só é empatada com outra lenda urbana que sugere que o filme e o álbum Dark Side of the Moon (1973) do grupo Pink Floyd, se encaixam perfeitamente tanto no ritmo quanto nas letras. A lenda sugere que você inicie a reproduzir o álbum a partir do terceiro rugido do leão da MGM, esta é mais uma lenda de origem duvidosa. Aparentemente, em 1994, alguém iniciou uma discussão sobre isto numa revista, um ano depois o assunto ganhou mais visibilidade ao ser publicado num jornal em Indiana, e dois anos depois foi difundido internacionalmente através de uma matéria na MTV. O fato é negado pelos membros da banda. As coincidências são marcantes, cito aqui as que mais me impressionam: a música The Great Gig in the Sky inicia assim que o tornado aparece; a música Brain Damage inicia quando o espantalho diz “Se eu ao menos tivesse um cérebro”; o álbum termina com um efeito de um coração batendo, sincronizado com o momento em que Dorothy tenta ouvir o coração do Homem de Lata; os relógios da música Time com a bicicleta da Sra. Gulch.
Por mais que gostemos de acreditar que foi algo proposital, destino, ou até mesmo sobrenatural, tudo isto não passa de uma incrível coincidência, além de O Mágico de Oz, existem especulações sobre a sincronia de quase todos os álbuns do Pink Floyd com algum grande clássico do cinema, tal como More (1969) com 2001: Uma Odisséia no Espaço (1968); Ummagumma (1969) com Gigi (1958); Atom Heart Mother (1970) com Doutor Jivago (1965); Meddle (1971) com … E o Vento Levou (1939), Obscured by Clouds (1972) com Laranja Mecânica (1971); Wish You Were Here (1975) com A Felicidade Não se Compra (1946); Animals (1977) com Casablanca (1943); The Wall (1979) com Alice no País das Maravilhas (1951); The Final Cut (1983) com O Mais Longo dos Dias (1962); A Momentary Lapse of Reason (1987) com Sayonara (1957); The Division Bell (1994) com A Noviça Rebelde (1965) e com O Planeta dos Macacos (1968), todos estes álbuns citados sincronizados com Matrix (1999); e as teorias da conspiração não param por aí, envolvem sincronia entre A Bruxa de Blair (1999) com o álbum Kid A (2000) da banda Radiohead. Pensando nisso, talvez eu devesse assistir 1984 (1984) ouvindo o álbum Down of the New Athens (2007) da banda Aesma Daeva, uma vez que a vocalista contou com exclusividade ao Cinemascope que tanto o livro quanto o filme serviram de inspiração para este álbum. Eis um programa de fim de semana para você, leitor.
O sucesso e carinho do público com o filme não ficou restrito à época, desde 1956 o filme é exibido anualmente na TV americana, o que o apresenta para novas gerações que se encantam ao vê-lo, no início em preto e branco, e a partir de 1966 as crianças puderam vê-lo da forma que foi intencionado, graças ao advento das cores na televisão, o que foi uma surpresa para muitas que estavam acostumadas a vê-lo em tons de cinza. 1956 também foi o ano em que a obra caiu em domínio público, o que abriu oportunidade para a venda de produtos, e para outros autores continuarem o legado de L. Frank Baum e o universo criado por ele, Eric Shanower é o autor mais conhecido seguir os passos de Baum, que começou a escrever aos sete anos de idade, um dos precursores do fenômeno da fan fiction. Dentre as sequências no cinema estão Regresso ao Mundo Maravilhoso de Oz (1974), O Mundo Fantástico de Oz (1985), Oz: Mágico e Poderoso (2013), A Lenda de Oz (2013). Temos também as vergonhas alheias Os Trapalhões e o Mágico de Oróz (1984), que coloca o Mussum caracterizado como o Homem de Lata, mas na verdade é um alambique; e O Mágico Inesquecível (1978) com Diana Ross e Michael Jackson como o Espantalho, antes deste se tornar o rei do pop.
Não há como negar que O Mágico de Oz é uma das obras mais influentes já realizada, além das sequências de livros e filmes, as referências a O Mágico de Oz são inúmeras na sétima arte, tanto que podemos assistir uma centena de filmes e encontrá-las em mais da metade destes, eis alguns exemplos:
Não é à toa que este filme seja referência para tantos outros e seja tão cultuado, pois ele penetra no âmago de cada indivíduo, ele nos ensina que na busca por algo que nos falta, podemos encontrar dentro de nós mesmos. Alguns enxergam a obra com um contexto político e social, a garota típica americana se encontra com um espantalho sem cérebro, representando os fazendeiros “caipiras”, um homem de lata representando o trabalhador industrial sem sentimentos, um leão com seu rugido imponente, mas covarde por dentro representando a política, e por último um mágico falso e charlatão representando a religião. Outros analisam o filme considerando a época em que foi feito, em 1938 o mundo estava à beira da Segunda Guerra Mundial, o tornado se aproxima de Kansas, a terra triste em tons sépia ainda no período da grande depressão, e Dorothy é ameaçada por uma bruxa fascista com seus soldados. É uma obra de arte, isto quer dizer que não há interpretação errada.