Se perguntar a qualquer pessoa que gosta minimamente de cinema qual é o gênero cinematográfico mais rentável na atualidade, a resposta seria: filmes de super-herói. Na verdade, tem um pouco mais que isso. O Homem Aranha com Tobey Maguire foi lançado em 2002. O Homem de Ferro, considerado o primeiro a criar o universo cinematográfico integrado da Marvel, foi lançado em 2008 e, de lá para cá, a coisa bombou de vez.

Agora, seguindo uma regra antiga dos quadrinhos, o universo do cabeça de teia se reinventa em Homem Aranha: no Aranhaverso (2019). Nessa nova encarnação dos cinemas, temos uma versão em animação e, além disso, explorando outras realidades possíveis do já conhecido universo de Peter Parker (que não substitui o com Tom Holland no universo cinematográfico de Vingadores).

Depois da morte de Parker, um outro garoto, Miles Morales (Shameik Moore) é picado por uma aranha modificada e ganha os mesmos poderes de aranha. Porém, na mesma noite que Parker morre, o Rei do Crime (Liev Schreiber) acaba ativando uma arma que traz aracnídeos de diferentes realidades para essa. É precisoentão, encontrar alguma forma de voltar com os demais para os seus devidos lugares antes que todos se deteriorem.

A primeira coisa que salta aos olhos aqui são os traços que remetem muito ao universo dos quadrinhos. Com sombras pontilhadas e cheio de onomatopeias (aqueles “pow” e “boom” que aparecem quando um personagem acerta o outro com um soco, por exemplo). Além disso, o fato de ser uma animação dá mais liberdades para os acontecimentos. Como um personagem ter os dentes danificados numa perseguição e, na seguinte, estar com os dentes intactos.

Quando assisti ao trailer e pelo fato de ser uma animação, acreditava que não seria nada mais do que alguma outra produção feita para ganhar mais dinheiro com a marca. Vender alguns bonecos, McLanche Feliz e só. Quebrei a cara. Ainda bem. Achava que não podia dar certo ter tanto Homem Aranha assim num filme só. Foi a mesma sensação que tinha com Vingadores: Guerra Infinita (2018) e quebrei a cara também. A distribuição de tempo entre cada um dos personagens e a participação de cada um faz todo o sentido e dá um ar de novidade pra história que já vimos, no mínimo, três encarnações no cinema.

Aliás, o filme já começa nos dando um panorama geral da história de Peter e partindo do pressuposto (correto) de que já assistimos à aquela história diversas vezes e sabemos todos os detalhes. Aranhaverso nos poupou de muita coisa que já sabíamos desde o Homem Aranha (2002), além das séries animadas (que foi onde aprendi muito sobre o universo do herói quando pequeno) e, claro, os próprios quadrinhos que já contaram e recontaram essa história diversas vezes de diversas formas.

O fato de não termos Parker como protagonista faz com que nos interessemos pela história de Morales e também dispensa algumas partes das apresentações das demais versões do personagem como Noir, Robô e até um porco de desenho animado.

Eu, como fã de outro herói, que por sua vez anda meio aos tropeços ultimamente, o Batman, gostaria que o universo do morcego ganhasse um fôlego assim. Sempre que comento com alguém a respeito de um possível novo filme do homem morcego, as pessoas dizem que não aguentam mais a famosa cena do colar de pérola sendo arrebentado. Eu acho bem importante, mas também concordo que ganharia tempo de filme pular essa parte ou contar isso de forma rápida. Foi o que aconteceu no Homem Aranha no Aranhaverso fez muito bem e já tem minha torcida para indicações e possíveis prêmios no Oscar 2019.

P.S. As cenas pós créditos são sensacionais. Vale a espera.

Homem-Aranha no Aranhaverso

 

Ano: 2018
Direção:  Bob Persichetti, Peter Ramsey, Rodney Rothman
Roteiro: Phil Lord, Rodney Rothman
Elenco principal: Shameik Moore, Jake Johnson, Hailee Steinfeld, Mahershala Ali, Nicolas Cage
Gênero: ​AnimaçãoAção, Aventura, Comédia
Nacionalidade: Estados Unidos

Avaliação Geral: Avaliação geral