Por Felipe Teixeira

A atriz e ex-VJ da MTV Tatá Werneck é a protagonista de TOC – Transtornada Obsessiva Compulsiva, comédia brasileira dirigida por Paulinho Caruso e Teo Poppovick com estreia marcada para a próxima quinta-feira (2). Alçada ao status de estrela nacional após participação em novelas da Rede Globo nos últimos três anos depois de brilhar como grande revelação da MTV em programas como o saudoso Quinta Categoria, a simpática e talentosa artista atendeu à imprensa junto ao elenco do filme durante uma coletiva em Botafogo, na Zona Sul do Rio, na última quarta-feira (25).

tataO longa-metragem acompanha a vida de Kika K (Werneck), uma atriz bem-sucedida que começa a sentir as consequências da vida de celebridade e questionar o preço que se paga pela fama. Rodeada de pessoas superficiais, como seu namorado metrossexual (Bruno Gagliasso) e sua agente incansável (Vera Holtz), e sofrendo com pesadelos e transtornos, ela conhece Vladimir (Daniel Furlan), um comum vendedor fora dos padrões de beleza que a ajuda a descobrir as coisas simples da vida.

Com algumas divertidas sequências envolvendo músicas de bandas e artistas famosos como Cidade Negra e Raul Seixas, TOC apresenta um ritmo ágil e moderno, em parte devido a um montagem eficiente que abusa de cortes rápidos. Para Teo e Paulinho, a proposta era fazer um filme acessível, mas sem brincar com o que é sério: “Queríamos fazer um filme pop, divertido e acessível, mas também abordar um assunto relevante. Buscamos não fazer humor só porque alguém tem um transtorno. É apenas uma característica do personagem, que logicamente influencia as suas decisões e o rumo da trama. Isto está ocorrendo até em séries estrangeiras como ‘Atlanta’, ‘Girls’ e ‘Transparent’, que podem ser consideradas comédias que discutem temas relevantes como plano de fundo”, afirmaram o diretores, que revelaram ainda uma grande admiração por Monte Python. Werneck também comentou sobre a relevância do tema: “Houve algumas situações durante a filmagem em que me segurei para tentar não fazer graça, algo tão natural para quem é acostumado com o improviso. Não queria fazer um filme da Tatá, mas contar uma história sobre o TOC. Não considero o filme uma comédia, mas um drama com partes engraçadas”.

Repleto de metalinguagem, principalmente em um diálogo envolvendo o cinema nacional, TOC tem seus bons momentos cômicos graças, principalmente, ao talento inegável de seu elenco, que conta ainda como Lois Lobianco, Luciana Paes e um pequena participação de Ingrid Guimarães, que protagoniza uma das melhores cenas do longa-metragem ao lado de Werneck.

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Da esquerda para direita: Luis Lobianco, a produtora Bianca Villar, o diretor Paulinho Caruso, Tatá Werneck, Daniel Furlan e o também diretor Teo Poppovic

Mas é justamente quando o drama predomina em cena que o filme mais funciona. Fazendo uso recorrente de um humor fácil, como quando Tatá fica chapada durante uma sessão de autógrafos, e escatológico, abusando de piadas envolvendo o corpo do personagem de Gagliasso, o roteiro assinado por Werneck, Teo e Paulinho acerta quando TOC foca suas atenções em Kika K e Vladimir. Claramente inspirado na vida de Tatá, o longa questiona os valores da fama e do sucesso quando a personagem da comediante entra em rota de colisão com o simples e ordinário Vladimir. Vivendo em ritmos completamente opostos, os personagens se relacionam de maneira surpreendentemente natural, e a contida e eficaz atuação do pouco conhecido Daniel Furlan merece grande destaque aqui. “É uma produção sobre o controle da vida que queremos ter, mas não conseguimos. Por vezes você está mal, mas precisa ir trabalhar, colocar uma peruca na cabeça e fazer os outros rirem”, concluiu Tatá.

Obs: O filme contém uma inusitada cena pós-créditos.

Confira o trailer abaixo: