Na última semana, Thierry Frémaux e Pierre Lescure anunciaram a seleção oficial de filmes que estarão presentes no Festival de Cannes 2022, que acontece entre os dias 17 e 28 de maio. A lista contém os indicados à Palma de Ouro e da mostra Um Certo Olhar, além de longas fora de competições e do filme de abertura.
Enquanto aguardamos a formação do júri deste ano, detalhamos aqui as informações presentes até o momento sobre os concorrentes à Palma de Ouro. É possível conferir todos eles também nesta lista do letterboxd.
Festival de Cannes 2022 | Indicados à Palma de Ouro:
Holly Spider | Ali Abbasi
Em Holly Spider, acompanhamos Saeed, um chefe de família que embarca em sua própria jornada religiosa para “purificar” a cidade sagrada iraniana de Mashhad da imoralidade e corrupção. Após assassinar várias prostitutas, ele se desespera com a falta de interesse público por sua missão divina. Ao mesmo tempo, uma jornalista desce para esse submundo para investigar os assassinatos. O longa é dirigido por Ali Abbasi, que já esteve presente em Cannes em 2018 com o filme Border e ganhou a competição Um Certo Olhar.
Les Amandiers | Valeria Bruni Tedeschi
No final dos anos 1980, Stella, Victor Adèle e Etienne têm 20 anos de idade quando ingressam na famosa escola de atuação Théâtre des Amandiers, criada por Patrice Chéreau e Pierre Romans em Nanterre. Juntos, eles experimentam a vida em alta velocidade, repleta de paixão e amor, mas também vivem sua primeira tragédia. A trama é conduzida por Valeria Bruni Tedeschi, diretora e atriz italiana que concorreu à Palma de Ouro em 2013 pelo filme Um Castelo na Itália e venceu a mostra Um Certo Olhar em 2007 com Atrizes.
Crimes of the Future | David Cronenberg
O poeta do nojo volta às suas origens. O novo longa de David Cronenberg é um mergulho num futuro não tão distante onde a humanidade está aprendendo a se adaptar a um mundo sintético. Essa evolução empurra os humanos para além de seu estado natural, em direção a uma consequente metamorfose que altera a própria biologia do corpo. No elenco estão nomes como Viggo Mortensen, Kristen Stewart e uma das queridinhas recentes de Cannes, Léa Seydoux. Cronenberg já participou diversas vezes do festival, sendo as mais recentes em 2014, com Mapa para as Estrelas, e 2012, com Cosmópolis.
Tori and Lokita | Jean-Pierre e Luc Dardenne
O novo filme dos irmãos Dardenne se passa na Bélgica e é focado em jovem garoto e uma adolescente que, vindos de um país africano, mantêm sua amizade invencível como forma de resistir às cruéis condições de seu exílio. Essa é a 9ª vez que os irmãos participam do festival, tendo concorrido pela última vez à Palma de Ouro em 2019 com o filme O Jovem Ahmed e vencido o prêmio de Melhor Direção.
Stars at Noon | Claire Denis
Ambientado na Nicarágua em 1984, o novo thriller romântico da diretora Claire Denis é uma história de paixão, medo e traição na América Central onde uma empresária inglesa e um jornalista norte-americano se apaixonam e precisam trabalhar juntos para escapar do país durante uma revolução. Baseado em um livro homônimo do escritor Denis Johnson, o filme tem no elenco Margaret Qualley, Joe Alwyn e Danny Ramirez.
Brother and Sister | Arnaud Desplechin
A história é focada nos irmãos Alice e Louis, ambos próximos dos 50 anos. Ela é uma atriz e ele um poeta e professor, que não se falam há mais de duas décadas mas precisam reatar as relações quando os pais morrem. Tendo no elenco Marion Cotillard, Golshifteh Farahani e Melvil Poupaud, o filme marca a sétima vez que Desplechin concorre à Palma de Ouro. A última foi em 2019, com o filme Crime em Roubaix.
Close | Lukas Dhont
Após a estreia calorosa com Girl, longa que ganhou a Palma Queer e a Câmera de Ouro no Festival de Cannes em 2018, o diretor belga Lukas Dhont apresenta agora, Close, em uma nova dobradinha de roteiro com Angelo Tijssens. O filme acompanha dois amigos de 13 anos, Leo e Remi, que se desentendem por estarem entrando na adolescência. Buscando uma reconciliação, Leo encontra apoio e acaba se aproximado de Sophie, mãe de Remi. Ao que tudo indica, Close será um filme sobre amizade, responsabilidade e busca por perdão.
Armageddon Time | James Gray
Da mente que deu vida a Ad Astra, Era Uma Vez em Nova York e A Cidade Perdida de Z, chega agora Armageddon Time. A empreitada mais recente do diretor James Gray é um drama de época norte-americano, com pitadas de coming of age, ambientado nos anos 1980, que pretende mostrar como foi crescer no bairro do Queens, em NYC, durante a era Reagan. A produção nos apresenta ao jovem Paul Graff e seu melhor amigo, John Crocker, que passam por diversas desventuras, até que decidem fugir juntos para a Flórida. O elenco estrelado conta com Anne Hathaway, Anthony Hopkins e Jeremy Strong.
Broker | Hirokazu Koreeda
Um dos filmes mais aguardados da seleção deste ano é o novo trabalho do diretor japonês Hirokazu Koreeda, responsável por títulos como Assunto de Família, que ganhou a Palma de Ouro em 2018, Depois da Tempestade (2016) e Ninguém Pode Saber (2004). Em Broker, Koreeda, nos apresenta a personagens relacionados às “caixas para bebês”, a versão moderna da roda dos enjeitados, que permitem que recém-nascidos sejam abandonados anonimamente para receber o cuidado de outros. No elenco, estão grandes nomes do cinema sul-coreano como Song Kang-ho (Parasita e O Hospedeiro) e Doona Bae (Cloud Atlas e O Hospedeiro).
Nostalgia | Mario Martone
A história deste drama italiano é centrada em Felice, um homem que depois de 40 anos de ausência retorna à Nápoles, sua cidade natal. Ali ele redescobre lugares, os códigos da cidade e o passado que o atormentava. O diretor Mario Martone já esteve anteriormente em Cannes e concorreu à Palma de Ouro com L’amore molesto, em 1995, e na Mostra Um Certo Olhar com Teatro di Guerra, em 1998.
RMN | Cristian Mungiu
Da Romênia vem o novo filme de Cristian Mingiu. O diretor já foi reconhecido diversas vezes no festival, tendo ganhado a Palma de Ouro em 2007 por 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias, recebido o prêmio de Melhor Roteiro em 2012 por Além das Montanhas e reconhecido como Melhor Diretor em 2016 por Bacalaureat (este último prêmio, empatado com Olivier Assayas). R.M.N, sua produção mais recente, tece uma reflexão sobre a história da Romênia por meio da união de comunidades romenas, húngaras e moldávias.
Triangle of Sadness | Ruben Östlund
Já da Suécia vem Triangle of Sadness, uma comédia ácida protagonizada por um casal de modelos famosos que é convidado para um cruzeiro de ricaços. O iate, capitaneado por um marxista excêntrico, acaba naufragando e o casal se vê em uma ilha deserta com um grupo de bilionários e uma faxineira. Nesse cenário, a luta pela sobrevivência muda a hierarquia pré-existente e afeta toda a dinâmica do grupo. Apenas pela sinopse, o longa parece conter muitos dos maneirismos de Östlund, que já ganhou a Palma de Ouro por The Square: A Arte da Discórdia (2017) e o Prêmio do Júri da Mostra Um Certo Olhar por Força Maior (2014).
Decision to Leave | Park Chan-wook
Outro filme bastante aguardado é Decision to Leave, do sul-coreano Park Chan-Wook. Após um hiato de seis anos, o diretor de A Criada (2016) aborda a história de um detetive que acaba atraído por uma viúva misteriosa, principal suspeita em uma investigação de assassinato. Park Chan-Wook já ganhou o prêmio do Júri em Cannes por duas vezes, com os filmes Sede de Sangue (2009) e Oldboy (2003).
Showing Up | Kelly Reichardt
Em sua quarta colaboração com a atriz Michelle Williams, a diretora Kelly Reichardt apresenta Showing Up. O filme é um retrato vibrante e engraçado de uma artista às vésperas de uma exposição que pode mudar sua carreira. Enquanto ela se relaciona com familiares, amigos e colegas de trabalho, o caos que circunda sua vida se torna inspiração para a arte que cria. A diretora Kelly Reichardt também é responsável por trabalhos como First Cow (2019) e Wendy e Lucy (2008), indicado à Mostra Um Certo Olhar.
Leila’s Brothers | Saeed Roustayi
Estreando em Cannes, o diretor iraniano Saeed Roustayi concorre à Palma de Ouro com o filme Leila’s Brothers, ainda sem uma sinopse oficial divulgada.
Boy from Heaven | Tarik Saleh
Outro estreante no festival é o diretor sueco Tarik Saleh. Em seu filme, no primeiro dia depois das férias, o grande imã tem um mal súbito e morre em frente de seus alunos na prestigiada universidade do Cairo. Esse incidente marca o começo de uma batalha de influências para ocupar seu lugar. Saleh é conhecido por ter dirigido episódios para as séries Westworld e Ray Donovan.
Tchaikovsky’s Wife | Kirill Serebrennikov
Ambientado na Rússia da segunda metade do século XIX, o filme conta a história de Antonina Miliukova, esposa do compositor Pyotr Tchaikovsky que não consegue aceitar suas orientações pouco convencionais e, como consequência, vai gradualmente enlouquecendo. O diretor Kirill Serebrennikov concorreu à Palma de Ouro no ano passado com A Febre de Petrov (2021) e em 2018, com Verão.
Eo | Jerzy Skolimowski
Encerrando a seleção temos Eo, do renomado diretor polonês Jerzy Skolimowski. A trama é uma interpretação contemporânea do clássico A Grande Testemunha (1966), de Robert Bresson. Com um roteiro que se destaca cinemática e alegoricamente do original, o filme acompanha o burro Baltazar, desde seu começo em um circo polonês até o final trágico em um matadouro. É um verdadeiro retrato do comportamento humano em relação a um animal indefeso, um quadro sugestivo das relações sociais e das mudanças culturais que ocorrem no mundo moderno.
Para saber mais sobre o Festival de Cannes 2022 é só dar um pulo aqui.
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