A segunda década do século XXI já começou nos obrigando a abrir mão do convívio social e a repensar todas as nossas prioridades. Mais do que isso, a lidar com a saudade de rituais insubstituíveis, como ir ao cinema assistir.

Não fomos só nós enquanto indivíduos que tivemos que nos adaptar, a indústria cultural, a que mais sofreu com as medidas de contenção da pandemia do coronavírus precisou também reinventar formas de continuar existindo e suprindo a nossa necessidade de contato com a arte.

Festival ocorre pela segunda vez de maneira virtual e homenageia a obra de Maureen Bisilliat.

Em sua 26ª edição, o Festival É Tudo Verdade acontece de forma online pela segunda vez e talvez nunca tenha sido tão necessário quanto é agora. Sabemos que quando a pandemia finalmente acabar, teremos que lidar com um problema muito mais estrutural da sociedade: a saúde mental e, se algo pode nos trazer um pouco de luz e sanidade neste momento é a arte, a cultura. Por isso, o cartaz do Festival homenageia a obra de Maureen Bisilliat: o olhar para frente, torcendo que tenhamos um futuro melhor.

De 08 a 18/04 poderemos acompanhar online e gratuitamente os 69 títulos de 23 países, sendo 15 são premiéres mundiais. O Festival será aberto com o documentário animado Fuga, de Jonas Poher Rasmussen. Fuga venceu o prêmio de Melhor Documentário no Festival de Sundance de 2021 e sua escolha para a abertura do festival sinaliza a amplitude do campo documental e a reflexão de que o gênero documental é tão variado quanto a ficção.

Já para o encerramento, a escolha foi A última floresta, filme de Luis Bolognesi (Ex-pajé, 2018) exibido na mostra Panorama do Festival de Berlim 2021 e que assim como em seu trabalho anterior, combina documentário e ficção de maneira harmônica. 

Além dos filmes da competição, haverá uma seleção especial com foco latino-americano, com três mostras homenagem: ao centenário de nascimento de Chris Marker (La Jeté, 1962), a Rui Guerra e a Caetano Veloso, com a mostra Caetano.doc. 

A cerimônia de premiação está marcada para o último dia do Festival às 17h no canal da organização no Youtube e haverá uma coletiva com os vencedores às 11h do dia 19/04. Pelo canal também serão distribuídos alguns dos títulos da seleção, que também ficarão disponíveis nas plataformas digitais Looke, Itaú Cultural, Sesc em Casa e Spcine Play, além de transmissão na TV pelo Canal Brasil, parceira do Festival.

Confira a programação completa e mais informações no site oficial e abaixo os filmes selecionados para a competição:

Sessão de Abertura (8 de abril)

Fuga (Flee)

Jonas Poher Rasmussen

Amin Nawabi (pseudônimo), um intelectual altamente graduado de 36 anos, luta com um segredo doloroso que manteve escondido por vinte anos e que ameaça desestabilizar a vida que construiu para si e para o futuro marido. Vencedor do prêmio de Melhor Documentário no Festival de Sundance 2021.

Sessão de encerramento (18 de abril)

A Última Floresta

Luiz Bolognesi

Em uma tribo Yanomami isolada na Amazônia, o xamã Davi Kopenawa Yanomami tenta manter vivos os espíritos da floresta e as tradições, enquanto a chegada de garimpeiros traz morte e doenças para a comunidade.

Longas e médias-metragens brasileiros em competição

No dia seguinte de cada estreia em streaming, os diretores dos longas-metragens participam de um debate virtual, na plataforma on-line do festival. São eles:

Alvorada

Direção: Anna Muylaert, Lô Politi.

Na intimidade do Palácio da Alvorada, o cotidiano da presidente Dilma Rousseff, primeira e única mulher a governar o Brasil, durante o desenrolar dramático do impeachment que a tirou do poder. Estreia brasileira.

Os Arrependidos

Direção: Armando Antenore, Ricardo Calil

Os Arrependidos reconta a história pouco lembrada de ex-militantes que, muito jovens, largaram tudo para arriscar a vida por uma causa, foram presos e torturados, e viraram arma de propaganda de seus inimigos. Estreia mundial.

Dois Tempos

Direção: Pablo Francischelli

Trinta e cinco anos depois do primeiro encontro, que mudaria a vida de ambos, o violonista argentino Lucio Yanel e seu pupilo brasileiro Yamandu Costa se reencontram para refazer, em uma viagem, os caminhos que levaram Yanel originalmente ao interior do Rio Grande do Sul. Estreia mundial.

Edna

Direção: Eryk Rocha

À beira da rodovia Transbrasiliana, Edna vive em uma terra em ruínas, construída sobre massacres. Criada apenas pela mãe, ela experimenta, no corpo e nos corpos de seus descendentes, as marcas de uma guerra que nunca acabou: a guerra pela terra. Estreia brasileira.

Máquina do Desejo – Os 60 Anos do Teatro Oficina

Direção: Lucas Weglinski e Joaquim Castro

Em seis décadas, o Teatro Oficina fez mais que revolucionar a linguagem teatral no país: a influência estética da companhia de José Celso Martinez Corrêa estende-se do Tropicalismo à renovação das linguagens audiovisuais brasileiras a partir dos anos 1960. Estreia mundial.

Paulo César Pinheiro – Letra e Alma

Direção: Cleisson Vidal e Andrea Prates

Aqui, sentado em seu sofá, o compositor reflete sobre a natureza humana e conduz uma viagem que evoca e envolve grandes nomes da MPB. Estreia mundial.

Zimba

Direção: Joel Pizzini

A trajetória e o imaginário artístico do ator e diretor Zbigniew Ziembinski (1908-1978), precursor do teatro moderno na América Latina e mestre de gerações de atores brasileiros. Estreia mundial.

Filmes internacionais em competição

9 Dias em Raqqa (9 Jours A Raqqa/ 9 Days in Raqqa) – Dir. Xavier de Lauzanne

Eu e o Líder da Seita (Aganai/ Me and the Cult Leader – A Modern Report on the Banality of Evil) – Dir. Atsushi Sakahara

Glória à Rainha (Glory to the Queen)Dir.: Tatia Skhirtladze

Gorbachev.Céu (Gorbachev.Heaven) Dir.: Vitaly Mansky

História de um Olhar (Histoire d’un Regard/ Looking for Gilles Caron)Dir.: Mariana Otero

Leonie, Atriz e Espiã (Leonie, Actrice en Spionne/ Leonie, Actress and Spy) Dir.: Annette Apon

Mil Cortes (A Thousand Cuts)Dir.: Ramona S. Diaz

MLK/FBI (MLK/FBI)Dir.: Sam Pollard

Paraíso (Paradise)Dir.: Sérgio Tréfaut

Presidente (President)Dir.: Camilla Nielsson

Sob Total Controle (Totally Under Control)Dir.: Alex Gibney, Ophelia Harutyunyan e Suzanne Hillinger

Vicenta (Vicenta)Dir.: Dario Doria

 

Curtas-metragens brasileiros

Cartas de BrasíliaDir.: Larissa Leite

Coleção Preciosa – Dir.: Rayssa Fernandes Coelho, Filipe Gama

João por Inez – Dir.: BebetoAbrantes 

O Karaokê de Isadora – Dir.: Thiago B.Mendonça

Review – Dir.: Tyrell Spencer

Sem Título #7 Rara – Dir.: Carlos Adriano

Ser Feliz no Vão – Dir.: Lucas H. Rossi dos Santos

A Vida que eu Sonhava Ter – Dir.: Eliane Scardovelli Pereira

Yãokwa: Imagem e Memória – Dir.: Vincent Carelli, Rita Carelli 

Curtas-metragens internacionais

Uma Cidade e uma Mulher (Une Ville Et Une Femme / A City and a Woman) – Dir.:Nicolas Khoury

E14 (E14)Dir.: Peiman Zekavat

A Montanha Lembra (Puede Una Montaña Recordar / Can a mountain recall) – Dir.:Delfina Carlota Vazquez

Um Pai que Você Nunca Teve (Dad You’ve Never Had) – Dir.: Dominika Lapka

Num Piscar de Olhos (In the Blink of an Eye / In Ictu Oculi) – Dir.: Jorge Moneo Quintana

Projetando a Utopia (Tracing Utopia) – Dir.: Catarina de Sousa & Nick Tyson

Quando o Mar Manda uma Floresta (长出森林  / When the Sea Sends Forth a Forest) – Dir.: Guangli Liu

Sequência de Lacunas sem Nome (Untitled Sequence of Gaps) – Dir.:Vika Kirchenbauer

Terapia Deepfake (Deepfake Therapy) – Dir. Roshan Nejal

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