Rendemos nossas homenagens ao cineasta Arnaldo Jabor, um dos poucos cinemanovistas que se dispuseram a fazer a autocrítica de um movimento polêmico e dúbio.

Jabor debutou na direção de longas com o documentário Opinião Pública (1967), uma análise precisa do choque de gerações e do pensamento da juventude carioca que vivia a ditadura militar às vésperas do AI-5. No filme, o diretor foca nos habitantes da classe média da zona sul do Rio de Janeiro e pinta um retrato dessa pequena burguesia que, por vezes, é retratada de maneira histérica e completamente alienada pelos espetáculos midiáticos. Também estão presentes aí a desconfiança dos afetos produzidos pela religião e uma proximidade do sujeito em cena.

À sua maneira, Opinião Pública ecoa A Entrevista, da diretora Helena Solberg, outro documentário importante da época.

Com Pindorama (1970), alegorizou a fundação do “homem brasileiro”, num trabalho experimental e controverso, produzido pelos irmãos William e Walter Hugo Khouri, para a Vera Cruz. A influência de Khouri em Jabor se fez notar nas suas mais conhecidas obras, a trilogia Tudo bem (1978), Eu te amo (1981) e Eu sei que vou te amar (1986).

Arnaldo Jabor, um intelectual acima da média, ainda ocupou por anos um quadro de crônicas diárias no Jornal da Globo, em que comentava política, sociedade e cultura, sobretudo.

Sua partida apenas confirma a tese de que nossas melhores mentes já estão de saída, e sem deixar herdeiros para que possamos fugir da mediocridade.

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