Em um texto recente, mencionei de que forma as alterações na Lei Rouanet – que, inclusive, deve mudar de nome – e a paralisação no repasse de verbas da Ancine afetarão o audiovisual brasileiro. Pois bem, mais um duro golpe, dessa vez na animação – essa, cujo, em uma coincidência triste, encontrei um dos melhores exemplos de como o cinema nacional vinha passando por um bom momento ao citar o sucesso de O Menino e o Mundo, de Alê Abreu. Com o corte da Petrobras no patrocínio de 13 projetos culturais, o Festival Internacional de Animação do Brasil – Anima Mundi, o maior festival de animação da América Latina, criou um financiamento coletivo para tentar realizar a sua edição 2019.
Para além de um festival, o Anima Mundi, que nasceu 1993, tornou-se também uma plataforma para novos artistas, além de proporcionar um ambiente de integração entre artistas, público, educadores e produtores. Durante as exibições do festival, também são realizadas oficinas e palestras com o objetivo de fazer com que os espectadores compreendam como funciona o processo criativo e de criação de uma animação e conheçam um pouco mais do que vem sendo produzido no Brasil e no mundo (o Anima Mundi é o segundo maior festival de animação do mundo). Em seus 25 anos de história, foi recebido um público aproximado de 1,2 milhão, com mais de 9 mil filmes exibidos provindos de 70 países e 120 mil animações criadas nas oficinas que também fazem parte de sua programação.
Programado para acontecer em julho no Rio de Janeiro e em São Paulo, o Anima Mundi agora luta contra o tempo para ser realizado. A Petrobras, conhecida por ser uma das principais apoiadoras de projetos culturais no país, colocava uma verba que correspondia a 30% do orçamento total. Com o corte, os organizadores decidiram criar um financiamento coletivo para manter essa história viva.