Partiu nesta quinta-feira (25/06), a cineasta paulista Suzana Amaral. Apesar de muitos registros da imprensa cravarem seu nascimento no ano de 1932, a diretora nunca admitiu sua idade, por não gostar de falar no assunto.
Sua incursão na sétima arte se iniciou em 1968, quando começa a estudar Cinema na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP) e a concluí em 1971. Só nesse período realiza três curtas-metragens.
Um ano depois, passa a ministrar aulas na ECA/USP e dirige programas para TV Cultura de São Paulo até 1987. Em 1976, ela vai à Nova York realizar seu mestrado no Tisch School of the Arts da New York University e o termina em três anos com seu documentário Minha Vida, Minha Luta, que ganha o prêmio de melhor média-metragem do Festival de Brasília. Em 1978, finaliza o curso de direção de filmes e atuação no Actor’s Studio, também em Nova York.
Em 1984, ela prepara e dirige o roteiro do seu primeiro longa-metragem e o finaliza no ano seguinte: A Hora da Estrela. Baseado no romance de Clarice Lispector, se trata do filme mais conhecido da cineasta, lhe rendendo aclamação da crítica e prêmios tanto nacionais quanto internacionais. Entre os destaques, estão o Urso de Prata de melhor atriz para Marcélia Cartaxo no Festival de Berlim e foi o representante do Brasil para o Oscar daquele ano.
A partir daí, Suzana participou como jurada em diversos festivais internacionais, sendo eles Havana e Berlim, além dos nacionais, como a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. Foi crítica de cinema para o jornal Folha de São Paulo e em 2001 dirige e roteiriza seu segundo longa-metragem, Uma Vida em Segredo, baseado na obra de Autran Dourado. No mesmo ano, também realiza o documentário Demarcando o Cacique Fontoura.
Ela continua como professora de cinema na ECA/USP entre 1999 e 2001, e no ano seguinte passa a dar aulas na Fundação Armando Alvares Penteado (FAAP). Em 2009 faz seu terceiro longa-metragem, Hotel Atlântico, outra adaptação, dessa vez de um livro homônimo de João Gilberto Noll. Nesse mesmo ano, Suzana é homenageada no Festival de Toronto.
Em uma carreira prolífica entre longas, médias, curtas, produções de tv, críticas e aulas, Suzana Amaral é uma cineasta essencial para a história do cinema brasileiro. Sua vocação é visível em seus filmes, onde sua atenção para uma estética única, o cuidado nas adaptações literárias e a força que tirava de seus atores estarão eternizados em nosso Cinema.
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