Ser crítico de cinema é um trabalho um tanto árduo, digamos. Diferentemente do que a maioria pensa, um (bom) crítico não apenas assiste filmes. Ele precisa saber, ao menos um pouco, sobre diversos tipos de assuntos e diferentes artes. Teatro, música, literatura, pintura, etc. Esses e outros elementos serão ferramentas essenciais para uma boa análise fílmica.
Além disso, um texto crítico está além de dizer se o filme é bom ou não. Ele costura todos esses elementos citados anteriormente e combina com eventos históricos e da atualidade para traçar uma visão não só sobre a obra vista, mas sobre a realidade que nós vivemos. Bom, ao menos pra mim. Obviamente, nem todo filme proporciona essa amplitude, mas, quando acontece, vira um texto delicioso de ler. Um daqueles que dá vontade de assistir o filme novamente para perceber as minucias grifada pelo crítico.
Falando nisso, a Netflix lançou recentemente o trailer de seu novo terror Velvet Buzzsaw. Estrelado por Jake Gyllenhaal, John Malkovich, Toni Collette, entre outros, o filme gira em torno do universo das artes, seus críticos, artistas e trabalhos. Algumas obras parecem estar amaldiçoadas causando a morte de pessoas que as tem em casa ou as veem em exposições. E o mais bizarro é que isso acaba agregando valor às peças.
Achei interessante como a história esbarra em um discurso muito atual da arte contemporânea: o que pode ou não pode ser considerado arte? Pra que serve o crítico? Qual a diferença entre aceitação de público e crítica? O filme parece passear por esses pontos para causar terror aos espectadores e, principalmente, a nós críticos. Seria um novo estágio da arte a obra assassinar quem escrever críticas ruins sobre elas? Espero que não. O longa chega a Netflix dia 1º de Fevereiro.
P.S. Adam Sandler é um gênio incompreendido (é verdade esse bilhete).