Por Joyce Pais

Voyage d’affaires (2008) parte de uma premissa bem simples, eu diria até banal. Um homem que está viajando a negócios faz check-in no Dolphine Hotel, onde consta uma reserva de sete dias. Dentro do quarto 327, Jean-Paul Clèment (Guillaume Canet – que além de ator, é diretor e marido da atriz Marion Cotillard) recebe uma mensagem de voz de sua namorada no celular dizendo que o relacionamento de longa data havia chegado ao fim, pois ela o considerava chato e sem graça. Pior: ela já tinha um encontro marcado com “alguém mais espontâneo”. CRUEL!

No momento em que chega ao hotel, Clément está nitidamente ansioso, incomodado com alguma coisa, talvez naquela altura ele já previsse os rumos que cedo ou tarde seu namoro iria tomar. Desajeitado, ele responde às perguntas da recepcionista (Mélanie Laurent) que naturalmente elogia sua barba e o desconcerta (como não ficar desconcertado com aquele plano detalhe nos belos e fatais olhos verdes de Laurent?), estabelecendo uma leve tensão sexual entre eles.

Já nessa primeira cena é possível notar alguns traços de personalidade de Clèment que viriam a ser apontados como negativos por sua (ex) namorada no recado do celular. Guillaume Canet está impecável na pele deste homem que, acometido pelo choque de ser abandonado, ainda deve tomar decisões quando encontra, sem querer, uma foto polaroid embaixo da cama.

O filme conta com uma direção mais do que segura de Sean Ellis, que já teve o seu curta-metragem Cashback indicado ao Oscar de Melhor Curta-Metragem no ano de 2006, e traz uma ótima e inesperada surpresa no final.

Veja o curta: