Depois de duas décadas do lançamento de O Massacre da Serra Elétrica (1974), inúmeras produções slasher e continuações de  Halloween – A Noite do Terror (1978), Sexta-Feira 13 (1980) A Hora do Pesadelo (1984), na década de 1990 o gênero parecia ter se desgastado. Ao observar essa limitação de não saber o que inventar, o diretor e roteirista Wes Craven, criador de Freddy Krueger, resolveu parodiar seu próprio universo em Pânico (1996). A produção também tendo um acontecimento real como referência, assim como outras produções do gênero, foi sucesso de público e crítica.

Não só Craven, mas outros nomes do terror buscavam se reinventar cada um a sua forma. George A. Romero e John Carpenter tentavam criar um terror mais eficiente ao chegar numa geração que já estava mais experiente com relação aos sustos. Romero, responsável por clássicos do universo dos zumbis com filmes como Noite dos Mortos Vivos (1968) e Despertar dos mortos (1978), revisita os mortos vivos com Diário dos Mortos (2007) e A Ilha dos Mortos (2009). John Carpenter, que criou um dos marcos do terror slasher com Halloween – A Noite do Terror começa a atuar em filmes B e a supervisionar refilmagens das suas próprias obras.

Wes Craven vinha de uma maré de filmes não muito produtivos como Um Vampiro No Brooklyn (1995) e parte então para ridicularizar o próprio gênero slasher fazendo uma leitura pós-moderna das convenções do gênero e ainda assim causar medos e sustos na plateia. O sucesso fez derivar diversas outras franquias com qualidade inferior à criação de Craven. São filmes como Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997) e Lenda Urbana (1998) o que proporcionou certa sobrevida ao gênero.

O CASO GAINESVILLE RIPPER

Assim como O Massacre da Serra Elétrica teve inspiração em casos reais como o de Ed Gein, Wes Craven também utilizou a realidade como referência. Em Pânico a referência veio do caso real de Gainesville Ripper, ocorrido no final da década de 1980. Danny Rolling, que futuramente iria ficar conhecido como o “Estripador de Gainesville”, nasceu no estado de Luisiana nos Estados Unidos em 1954. Desde muito criança, ele sofria abusos do seu pai, o veterano militar James Rolling. Danny apanhava desde um ano de idade apenas por “não engatinhar direito”. Isso fez com que sua mente, desde muito cedo, começasse a ficar perturbada. Ele era o primogênito da família e fruto de uma gravidez indesejada. O nascimento do seu irmão mais novo Kevin, só fez aumentar a violência contra ele.

A mãe de Danny, Claudia, também sofria abusos do seu marido James e, por mais que tentasse, não conseguia se afastar do marido. Ela ainda sofria surtos psicóticos e, em determinado momento, teve de ser internada depois de uma tentativa de cortar os próprios pulsos. Danny chegou a tentar utilizar a música como válvula de escape, tocar guitarra e cantar hinos aos 11 anos de idade, mas não era suficiente. Ele chegou a repetir um ano na escola devido às suas constantes faltas devido a sua saúde debilitada. Passou a beber, usar drogas ilícitas e desenvolver um complexo de inferioridade. Tinha dificuldade de controlar seus impulsos e desenvolveu tendências agressivas.

Houve também uma tentativa de ingressar para as forças militares. Chegou a entrar para a Aeronáutica, mas saiu após ser pego consumindo uma grande quantidade de substâncias alucinógenas. Por fim, tentou se tornar uma “pessoa normal”. Casou e tentou se esquecer de todos os traumas que tinha vivido na infância, o que não deu muito certo. Aos 23 anos, ele teve uma discussão pesada com sua esposa e ameaçou matá-la. Isso a levou a pedir divórcio o que o deixou devastado. O sentimento se tornou ódio e ele estuprou uma mulher que lembrava vagamente sua ex-esposa. No mesmo ano, ele assassinou uma garota devido a uma briga em um acidente de trânsito.

Entre os anos 1970 e 1990, Danny cometeu uma série de furtos e outros pequenos crimes, sendo condenado e fugindo da prisão diversas vezes. Suas próximas vítimas fatais foram seu ex-chefe de um emprego temporário, a filha do chefe e o sobrinho dela de oito anos. A causa dos assassinatos foi a demissão de Danny do seu cargo. Nos anos 1990 Danny volta para Louisiana e tenta assassinar seu pai a tiros, mas ele sobrevive perdendo um olho e uma orelha. Depois disso, ele assume a identidade falsa de Michael Kennedy Jr. e se muda para Gainesville, na Flórida, onde ele vai cometer os crimes que ele ficaria famoso até hoje.

MORTE NO CAMPUS

Em Gainesville duas jovens chamam a atenção de Danny. Elas eram Sonja Larson e Christina Powell, ambas eram estudantes da Universidade da Flórida e moravam juntas. O serial killer as persegue até onde moram, amarra as duas e usa fita adesiva para tampar suas bocas. A primeira vítima foi Sonja, que Danny estuprou e matou a facadas. Cometeu necrofilia com o corpo da jovem e cortou um dos seus mamilos como troféu. No dia seguinte fez a mesma coisa com Christina. A diferença foi que dessa vez, ele resolveu decapitar o corpo da vítima, deixando-o sentado ao lado da sua cama e a cabeça em cima de uma escrivaninha próxima.

Com a notícia se espalhando pelo campus, gerou um pânico geral. Mais de 700 estudantes resolveram parar de frequentar a Universidade da Flórida e os que ficaram, andavam com tacos de basebol para se proteger de qualquer ataque do psicopata.

Danny ainda fez mais duas vítimas: Tracey Paules e Manuel Taboada, ambos estudantes de 23 anos. Ele tirou a vida dos dois, mas não chegou a mutilá-los como fez com as anteriores. A polícia tinha certa dificuldade de encontrá-lo porque ele tinha aprendido com o pai técnicas de encobrir provas do crime. Ele chegava até a usar solventes para esconder seu sêmen.

Ele foi capturado em 1990 após roubar uma filial de uma rede de supermercados e se envolver numa perseguição policial. Após sua prisão, demorou um tempo para que a polícia concluísse que ele era o Estripador de Gainesville que eles procuravam. Após confessar seus crimes, Danny foi executado em 2006 com uma injeção letal. 47 pessoas assistiram à sua execução, o dobro da capacidade da sala.

PÂNICO E O CINEMA PÓS-MODERNO

Wes Craven fazendo uma participação especial em Panico (1996), como um faxineiro da escola com roupas que fazem referencia ao personagem Freddy Krueger, criado por ele.

Na década de 1990 o mundo se torna efetivamente globalizado. Com a queda do Muro de Berlim em 1989 e o fim da União Soviética em 1991 as tensões ideológicas, capitalismo versus socialismos caem por terra, ainda que deixam vestígios até os dias de hoje. Com os avanços tecnológicos a informação começa a circular de forma ainda mais rápida. Se durante a Guerra do Vietnã (1955 – 1975) as filmagens chegaram de forma rápida à população, na nova década as informações da Guerra do Golfo (1990 – 1991) são transmitidas quase que ao vivo aos telejornais. Além de que a mesma foi resolvida de forma rápida devido a uma até então recente invenção chamada GPS. Esse equipamento, hoje tão comum em nossos celulares, ajudou os Estados Unidos a atingir seus alvos com maior precisão, fazendo o conflito ser encerrado bem mais rápido do que os anteriores. Esse fluxo rápido de informações faz com que os limites territoriais não sejam mais limitantes e culturas diferentes tenham influência umas nas outras.

Essas mudanças fizeram com que a arte, como um produto do próprio tempo, também fosse afetada. Então, a ideia modernista, de obras originais e até seguindo certos padrões, seja substituída por obras que fazem referência a um mundo para além da própria. No cinema um dos melhores exemplos são as produções de Quentin Tarantino. Todo o universo dos seus filmes é construído utilizando referências de outras produções do cinema mundial. O diretor passa então a misturar diferentes gêneros cinematográficos como faroeste, artes marciais em Kill Bill e até referências a clássicos do cinema europeu como 8 ½  (1963) do Fellini em Pulp Fiction – Tempos de Violência (1994).

Visto isso, Wes Craven segue um caminho parecido. Depois de anos explorando o gênero slasher, ele usa as convenções do mesmo para criar o roteiro e os personagens do filme. Uma espécie de autorreferência ao universo do qual ele mesmo faz parte. Isso parte da própria premissa do serial killer Ghost Face. Ele age ligando para a casa de pessoas e fazendo perguntas a respeito do universo do terror. Caso as respostas sejam erradas, elas se tornam vítimas fatais. Craven havia experimentado algo parecido em O Novo Pesadelo – O Retorno de Freddy Krueger (1994). Nesse filme, os atores que participaram do capítulo original de A Hora do Pesadelo (1984), são atormentados pelo Freddy. Inclusive o próprio Wes Craven aparece interpretando ele mesmo.

Além disso, Craven ainda coloca o próprio consumidor do gênero dentro do filme, na pele do personagem Randy (Jamie Kennedy). Ele trabalha em uma locadora de filmes e sabe todas as regras do gênero. Com isso, numa produção auto-referente ao universo slasher, ele se torna uma figura importante para a solução dos crimes, não só no primeiro capítulo, mas nas demais continuações da franquia.

“Eu acho que a essência dos filmes de Pânico é que quebramos as regras. Estabelecemos quais são as regras para imediatamente quebrá-las. No primeiro tem a coisa do “se você disser ‘eu volto já’, você vai morrer” e a pessoa que fala é um dos assassinos. Ou “se você fizer sexo, vai morrer” e a personagem de Neve [Campbell] perde a virgindade e sobrevive. Nós gostamos de estabelecer quais são as regras, mas elas no fundo são clichês. Assim que eles são estabelecidos, nós quase sempre quebramos. Faz com que a audiência não saiba o que esperar.” Wes Craven em entrevista em 2011 sobre Pânico 4.

Uma das cenas mais interessantes é justamente a que Randy assiste junto com amigos ao clássico do terror Halloween – A Noite do Terror e cita as principais regras para sobreviver em um filme slasher. A partir daí, Craven brinca com a percepção da plateia e quebra as convenções do gênero que vimos falando até aqui.

 

Pânico (1996), de Wes Craven

Numa cidade do interior chamada Woodsboro, jovens começam a receber ligações de um maníaco que faz perguntas sobre filmes de terror. Quem erra, é assassinado. As investigações do caso começam a apontar que os assassinatos podem ter relação com a morte da mãe da jovem Sidney Prescott (Neve Campbell).

Quadro O Grito, de Edvard Munch que a máscara de Panico foi baseada.

O primeiro capítulo de Pânico foi um filme super importante para o cinema de terror. Ele conseguiu revitalizar o subgênero slasher que andava meio fora de moda na década de 1990, principalmente devido à uma grande quantidade de continuações de Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo nos anos anteriores. A produção foi tão bem de público e crítica que deu origem à outras imitações como Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado (1997) e Lendas Urbanas (1998).

Na semana de estreia, Pânico arrecadou cerca de 6 milhões de dólares, valor considerado baixo. Porém, devido ao boca a boca numa época em que a internet ainda engatinhava, na semana seguinte o faturamento chegava a 21 milhões.

O título original de Pânico, que em inglês é Scream (grito, em português), seria “Scary Movie” (filme assustador, em português). Esse título, entretanto, foi utilizado como nome original da comédia Todo Mundo Em Pânico (2000). Filme que ganhou mais quatro continuações. Se Pânico é uma paródia do slasher, Todo Mundo em Pânico é a paródia da paródia de um filme slasher. O nome Scream também é referência ao quadro de mesmo nome do pintor Edvard Munch que a máscara de Ghostface foi baseada.

Pânico 2 (1997),  de Wes Craven

Dois anos após os assassinatos em Woodsboro, um filme baseado nos acontecimentos está as vésperas de ser lançado. Sidney Prescott (Neve Campbell) e Randy Meeks (Jamie Kennedy), que agora vivem em outra cidade para estudar, começam a ser assombrados novamente por outra onda de crimes.

Nessa segunda parte, Wes leva as telas a ideia que viemos trabalhando no nosso Especial Terror Slasher de que tragédias reais inspiram o cinema de terror. Panico 2, leva a um nível diferente a discussão sobre se filmes violentos podem criar assassinos violentos e vice versa. Além disso, também traz a discussão a respeito da necessidade de continuações no cinema e quando elas são melhores que o original. São citados filmes como Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980), Aliens, O Resgate (1986) e Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final (1991).

Outra questão tratada aqui, é que o primeiro capítulo não tinha nenhum ator negro ocupando papeis de destaque. A partir desse episodio esses personagens começaram a surgir. Inclusive a atriz Jada Pinkett Smith protagoniza a primeira e marcante cena de Pânico 2. É justamente sua personagem quem questiona a presença quase unânime de pessoas brancas em filmes do gênero enquanto ela e seu namorado, também negro, vão à sessão de estréia de A Facada, produção inspirada nos acontecimentos do primeiro longa.

 Pânico 3 (2000), de Wes Craven

Durante a produção de um novo filme da franquia A Facada, baseada na série de assassinatos de Woodsboro, novos assassinatos voltam a acontecer. Sidney Prescott (Neve Campbell), que acreditava estar livre desses acontecimentos, percebe que o passado voltará para assombrá-la.

Depois do sucesso dos dois primeiros capítulos, Pânico 3 é considerado o menos interessante da franquia. Muito atribuído à troca do roteirista Kevin Williamson, grande nome da indústria na época, e que tinha roteirizado os dois primeiros. Ele alegou estar com a agenda lotada na época, mas algumas conversas de bastidores indicam uma certa disputa de ego com outros roteiristas. Além disso, a atriz Neve Campbell estava relutante em voltar para a franquia e ficar marcada como a atriz que fazia um único tipo de papel, visto que ela também já tinha atuado em outras produções como Jovens Bruxas (1996)Garotas Selvagens (1998). E Wes Craven, por sua vez, declarou que só voltaria caso Campbell retornasse. O projeto inicial que envolvia assassinatos em um colégio, foi transferido para Hollywood como cenário devido ao então recente massacre real que aconteceu em Columbine.

Como em Pânico 2 tratava a respeito de sequencias, Pânico 3 fala de trilogias, o que elas têm em comum e como são raridade em filmes de terror. Além disso, ele explora um outro nível do cinema que são os bastidores de uma produção. O filme se passa nos corredores dos estúdios de Hollywood com referencias à criação de roteiros, a influencia de produtores nos desenvolvimentos dos filmes e as relações nada profissionais que atores, atrizes, diretores têm para conseguir algum papel de destaque no cinema.

Pânico 4 (2011), de Wes Craven

Sidney Prescott (Neve Campbell) está em turnê com o lançamento do seu livro baseado nas experiências com os assassinatos de Woodsboro e tentar deixar de se sentir vítima. Ela escolhe como último local a ser visitado, a sua cidade natal. Porém, sua volta também faz com que Ghostface volte a atacar. Complicando a situação, os jovens da cidade passaram a comemorar as datas dos assassinatos com eventos relacionados a filmes de terror.

Assistir aos três primeiros filmes da franquia é uma viagem a um passado não muito distante e ver acontecimentos que dificilmente veríamos hoje. Por exemplo, no primeiro um dos personagens é suspeito de ser o assassino por estar portando um celular. Coisa que não seria verídico atualmente visto que é quase impossível alguém que não tenha um telefone no bolso. Outra coisa que chega a ser até bizarra é quando em Pânico 3, Gale Weathers entra num dos estúdios com uma câmera “escondida” na bolsa que é de um tamanho nada discreto.

Visto isso, um dos desafios do quarto capítulo era atualizar os acontecimentos para uma nova geração que estava acostumada a presença de telefones e redes sociais. O roteirista Kevin Williamson voltou a roteirizar o filme e conseguiu fazer boas atualizações. Ele elevou a produção para um outro patamar na questão de filme dentro do filme, de uma forma que ficamos até sem saber em qual camada estamos na cena de apresentação de Pânico 4. É uma sequencia em que vemos cenas de aberturas das também inúmeras continuações de A Facada que é a franquia existente dentro dos filmes Pânico. Outro desafio foi conseguir afastar a lembrança da paródia Todo Mundo Em Pânico e suas continuações que fizeram chacota com a criação de Wes Craven e outros filmes de sucesso da época.

“Mas, ao final da década, rolou um sentimento de que essa era a hora perfeita para olhar para os anos 2000, que foi uma década bem distinta, com 11 de setembro pairando sobre tudo, a presença da mídia eletrônica sendo trazida às pessoas. Ao mesmo tempo, o cinema estava mudando muito. Você não assiste mais aos filmes só no cinema. Eu tenho uma enteada que tem 20 anos e ela assiste a filmes no computador e no celular. Toda a indústria muda dramaticamente e o modo como os fãs seguem e participam dos filmes, fazendo seus próprios filmes para emular aqueles outros, é profundamente diferente. Era hora de fazer um novo roteiro que pudesse refletir toda essa novidade.” trecho da entrevista de Wes Craven sobre Pânico 4 para o Collider em 2011.

A FRANQUIA VALE A PENA?

A franquia se sobressai primeiro pelo seu aspecto pós-moderno de utilizar o recurso de um filme dentro do filme e deixar bem claro que os próprios personagens tem noção de que estão dentro de um slasher

Além disso, Pânico tem como base um dos marcos fundadores do sub gênero de que as mulheres têm de se manter puras e longe do sexo. A ira dos assassinos é despertada quando uma mulher decide ter uma vida sexual mais ativa a ponto de trair o próprio marido. Fantasma esse que vai cair sobre sua filha impossibilitada de ter uma vida sem ser lembrada desse acontecimento.

Outro diferencial é que, enquanto nas demais franquias que tratamos aqui, o serial killer e sua identidade é o elemento imutável nos filmes, aqui é a final girl que tem a mesma identidade em todos os capítulos. O Ghostface é uma espécie de entidade e quem está por trás da máscara é sempre uma pessoa diferente e com sua própria motivação.

Assistir à franquia Pânico após ter visto a maioria dos filmes slasher, principalmente os que foram trazidos aqui no especial, é um deleite para os olhos cinéfilos e potencializa a experiência de tentar descobrir quem está por trás da máscara dessa vez.

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