Após o sucesso inesperado de O Massacre da Serra Elétrica (1974), certo aprimoramento com Halloween – A Noite do Terror (1978), o terror slasher tornou-se finalmente pop. Logo no início da década seguinte é lançado Sexta-Feira 13 (1980), filme que iria dar mais um passo nas convenções do gênero e consolidar diversos elementos que fariam a fórmula das produções desse mesmo estilo.
“Sexta-Feira 13 revolucionou o gênero de filmes de terror e o mundo do cinema independente. Ele trouxe o exploitation para o grande mercado e popularizou os filmes de gênero slasher. Redefiniu a forma como Hollywood funcionava. Consolidou o nome Sexta-Feira 13 na cultura pop.” trecho de Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake de David Grove.
O diretor de Sexta-feira 13, Sean S. Cunningham começou a trabalhar na ideia do filme em 1978. “Sendo bem sincero, eu não conseguia pagar o aluguel. E aí me perguntei: ‘Qual a frase mais assustadora na língua inglesa? ’ Tem que ser Sexta-Feira 13.” diz o diretor num trecho do livro Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake de David Grove.
Antes disso, Cunningham tinha conseguido um sucesso comercial como produtor do terror exploitation Aniversário Macabro (1972). O longa foi a primeira direção de seu mentor Wes Craven e que no futuro também criaria A Hora do Pesadelo (1984) e mais a frente Pânico (1996). Cunningham também tinha dirigido outros filmes dos mais diferentes gêneros. Dirigiu um documentário erótico chamado The Art of Marrige (1970) e o pseudodocumentário pornô Together (1971). Passou também pelos infantis com Here Comes the Tigers (1978), sobre um time de beisebol infantil e Manny’s Orphans (1978), que também gira em torno do universo infantil nos esportes. O fracasso de Cunningham nessas produções, o fez querer voltar para o universo do terror. O roteiro de Sexta-Feira 13 foi escrito por Cunningham em parceria com o roteirista Victor Miller. O filme teve um orçamento final entre 500 e 550 mil dólares, o maior valor com qual Cunningham tinha trabalhado até então.
“‘As coisas assustadoras no roteiro surgiram ao nos sentarmos e nos perguntarmos ‘O que seria divertido’, disse Cunningham. ‘É você pensar em todas as situações que lhe assustaram quando criança. Há um monstro em algum lugar. Sua mãe viria no seu quarto e lhe asseguraria que não há um no armário, e então apagaria as luzes e enfim você iria dormir. Nós tentamos inverter isso. Dedicamos o filme à ideia de que há sim alguém embaixo da cama ou no armário, que há uma força hostil tentando lhe pegar. Parte do processo de crescer é aprender a ignorar que há essa força hostil lá fora tentando lhe alcançar. Nós brincamos com esse medo. O que eu queria fazer era criar uma atmosfera assustadora e divertida.” trecho de Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake de David Grove.
FAZER ARTE VS FAZER DINHEIRO
Sobre suas reais motivações em criar Sexta-Feira 13, Cunningham conta que desde sempre seu envolvimento com o cinema foi basicamente financeiro. Entrou para o ramo a partir da vontade de fazer dinheiro, mais do que de “fazer arte”. “A realidade é essa: você consegue vender seu filme por mais do que gastou para fazê-lo? É esse o trabalho. Essa foi sempre a minha meta principal.” Conta Cunningham em entrevista.
O projeto inicial tinha logo, título e alguma estratégia, mas não havia personagens, trama ou cenário. Seu planejamento e suas habilidades de vendas foram as principais bases para que a produção se tornasse o sucesso que foi. Como já dito, Cunningham já havia dirigido filmes infantis e queria fazer um terror em seguida e que se passasse em um lugar isolado. Apesar desse primeiro apelo comercial, a direção de Cunningham também se mostrou certeira e soube brincar com o público e manipulá-lo de forma eficaz.
“Ele [Sexta-Feira 13] era bobo. Eu estava mais interessado em elementos psicológicos e ironia, e creio que Sean [Cunningham] descobriu que ele tinha muito mais interesse em ser divertido do que agressivo. Aniversário Macabro não lhe permitia qualquer divertimento” Wes Craven em Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake, David Grove . O sucesso de Sexta-Feira 13 em parte tem base nessa experiência inicial de Cunningham no universo do terror em Aniversário Macabro. Além disso, foi resultado da execução, marketing e um pouco de sorte por contar com trabalho de maquiagem e efeitos visuais de Tom Savini. Na verdade, o que é apontado como grande diferencial desse filme é justamente o trabalho de Savini, que acabou chocando tanto a equipe quanto os espectadores.
A Guerra do Vietnã (1955 – 1975) também tinha exercido certa influência na filmagem de Sexta-Feira 13. Tanto o responsável pelos efeitos especiais do filme Tom Savini quanto o diretor de fotografia, Barry Adams, haviam sido fotógrafos no conflito o que significava que eles tinham visto de perto como a carne humana deveria parecer quando ferida.
A INFLUÊNCIA DE HALLOWEEN EM SEXTA FEIRA 13
A trama de jovens sendo assassinados em um acampamento remoto teve a premissa inspirada pelo romance da escritora Agatha Christie, E Não Sobrou Nenhum (1939). Além é claro, da influência do então recentemente lançado Halloween – A Noite do Terror e o seu assassino de babás Michael Myers. Porém, a criação de Cunningham se tornou mais chocante e sangrenta que qualquer inspiração podia ter.
“A única inspiração que Halloween forneceu foi a fórmula para o sucesso”, diz Cunningham. “Halloween é um trabalho mais artístico. Sexta-Feira 13 é mais feijão com arroz e mais sombrio. Nesse sentido, comparar os dois filmes é como comparar coisas totalmente diferentes.” trecho de Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake de David Grove.
Além disso, os criadores tinham características bem diferentes. John Carpenter, um dos roteiristas e diretor de Halloween tinha uma formação acadêmica. Formou-se na escola de cinema da University of Southern California (USC), antes de criar o mundo de Michael Myers. Formação essa que lhe dava um ar mais “artístico”. Enquanto isso, o criador do universo de Jason já tinha passado pelo exploitation e do pornô na década de 1970 que o levava para um caminho bem diferente.
As diferenças entre Halloween e Sexta-Feira 13 estão primeiro nas diferentes origens dos “monstros” dos seus respectivos filmes. Essas origens que iriam definir quais são os desdobramentos ao longo do enredo e quais são as regras básicas que iriam definir o gênero slasher nas produções que viriam nos anos seguintes. O local do confinamento, onde as mortes ocorrem, também é relevante para desenvolvimento da trama, como os personagens surgem e são assassinados. Essa questão de ambiente foi esboçada primeiramente em Noite do Terror (1974), ganhou força em Halloween e foi consolidada em Sexta-Feira 13 que acrescentou acontecimentos inesperados à fórmula.
Enquanto em Halloween, somos apresentados à identidade do assassino desde o começo, Sexta-Feira 13 faz isso um dos mistérios do filme. Quem seria a pessoa responsável por cometer os crimes em Crystal Lake? Além disso, a identidade do assassino ser atribuída a uma mulher de meia idade é uma diferença gritante para a maioria das produções do mesmo gênero da época que sempre era um homem. Sim, no primeiro filme da franquia Jason Voorhees não é o assassino. Essa ideia de uma mulher assassina vinha desde Psicose (1960) e apareceu posteriormente também em Feliz Aniversário Para Mim (1981) e Acampamento Sinistro (1983).
O próprio Jason, que se tornaria a cara da franquia a partir da segunda parte, apareceria apenas ao final. Teríamos aí o surgimento de um segundo vilão, o que distanciaria ainda mais Sexta-Feira 13 do filme de Michael Myers e seria uma das razões dele ser um dos slashers mais influentes da história do cinema.
“Eu tinha acabado de ver o filme Carrie, a Estranha (1976) e pensava que seria uma boa ideia ter um final assustador como aquele filme. Daqueles em que você pensa que o filme acabou e até a música te leva a crer que os créditos vão surgir a qualquer instante… Até que BAM… Você atinge o público com algo completamente inesperado, como Carrie fez com aquela mão saindo do túmulo”. Tom Savini, em Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake, David Grove.
Depois de seu lançamento Sexta-Feira 13, surgiu uma série de tentativas de cópia e infinitas continuações e até uma série de TV. Também histórias em quadrinhos e brinquedos. O filme ainda foi desprezado por críticos relevantes como o falecido Roger Elbert, mas o original é amado por admiradores do gênero e é um dos títulos mais influentes do universo slasher.
POR QUE SEXTA FEIRA 13 É CONSIDERADA DIA DE AZAR?
Não existe uma versão definitiva quanto a sexta-feira 13 ser uma data de azar, mas a maioria delas indica origens ocidentais e cristãs. O número 12 está constantemente presente na bíblia, 12 tribos de Israel, 12 apóstolos de Jesus, por exemplo. A última ceia aconteceu numa quinta feira, em que Jesus se reuniu com seus 12 apóstolos totalizando 13 pessoas e ele foi morto e crucificado numa sexta feira. O livro do Apocalipse ainda conta que o número 13 seria a marca da besta, do anticristo. Além disso, alguns pensamentos cristãos indicam que Adão e Eva tenham comido o fruto proibido numa sexta feira e Cain tenha matado Abel também nesse dia.
Outra possibilidade vem da cultura nórdica em que Odin tenha feito uma festa e chamou outras 12 divindades. Porém, ele não convidou Loki, deus do fogo e da discórdia, que ficou sabendo do evento, arrumou uma confusão e um dos convidados acabou morto. Outro fato envolvendo a cultura Nórdica, seria que a igreja católica para forçar a conversão dos bárbaros ao cristianismo, teria demonizado Frigga (cujo o nome deu origem a friadagr e friday, sexta feira em escandinavo e inglês), esposa de Odin. A igreja Católica teria criado a história de que ela, o demônio e outras 11 bruxas saíam toda sexta-feira para rogar praga contra a humanidade.
Outro fato histórico que contribuiu para essa superstição é que o rei francês Felipe IV, ao se sentir ameaçado pela igreja, tentou entrar para a ordem dos Cavaleiros Templários, mas foi recusado. Com raiva, ele ordenou a perseguição dos mesmos numa sexta feira 13 de 1307.
Sexta-Feira 13 (1980), de Sean S. Cunningham
Em 1958, um casal é assassinado brutalmente no acampamento Crystal Lake, fazendo com que o mesmo permaneça fechado durante anos. Em 1979, apesar dos acontecimentos ainda marcarem a cidade, os donos do local resolvem reabri-lo. Quando novos monitores são contratados e estão prestes a iniciar seus trabalhos, eles começam a desaparecer um a um.
O que mais espanta ao assistir o primeiro capítulo de Sexta-Feira 13 atualmente, é a descoberta de quem estava por trás dos crimes não era o próprio Jason. O sentimento inicial na época do lançamento do filme muda de “nossa, é essa pessoa” para “nossa, não é o Jason”.
Apesar de hoje existirem efeitos visuais mais elaborados e câmeras que garantem uma veracidade melhor aos filmes, esse primeiro capítulo, mesmo visto anos mais tarde, consegue manter uma aura assustadora que muitas produções recentes do gênero não conseguem manter. Talvez seja exatamente esse ponto que faz Sexta-Feira 13 ser lembrada até hoje.
“Em 1980, logo antes do lançamento, Cunningham explica que sua intenção em Sexta-Feira 13 era ‘de preparar psicologicamente seu público para o terror; mostrar que a realidade é talvez o método mais eficaz de apresentar o terror, que ‘isso poderia acontecer comigo’ é o que realmente leva o público à loucura, e faz com que adorem essa experiência.’” trecho de Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake de David Grove.
Durante a seleção dos atores para o longa, o único personagem que Cunningham gostaria que fosse uma atriz com mais experiência era a de Pamela Voorhees, em seguida da personagem Alice. O restante do elenco, o diretor não tinha grandes exigências. “Creio que estávamos procurando apenas por garotos atraentes que você encontraria em um comercial da Pepsi”, conta Cunningham em entrevista. Do elenco, quem teve uma carreira mais frutífera após Sexta-Feira 13 foi o jovem Kevin Bacon, selecionado aqui para o papel de Jack. Esse foi um dos primeiros papeis do ator que iria protagonizar alguns anos mais tarde Footloose: Ritmo Louco (1984).
“‘Nós iríamos colocar Kevin Bacon no elenco de um filme chamado Hero at Large, que seria lançado em 1980′, relembra Moss. ‘Kevin tinha um papel pequeno naquele filme, mas lembramos dele e pensamos que ele seria uma boa escolha para Jack, então ligamos para seu agente que perguntou como seria o seu papel em Sexta-Feira 13. Nós basicamente dissemos ao agente que Kevin iria ter de fazer sexo no filme. Ele respondeu dizendo que Kevin havia aceitado o papel, pois gostava de sexo. Foi simples assim'” Barry Moss produtora de elenco em depoimento para Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake de David Grove.
Sexta-Feira 13 — Parte 2 (1981), de Steve Miner
Após cinco anos dos últimos acontecimentos de Crystal Lake, um grupo monitores se prepara para trabalhar num acampamento próximo. Mas, eles começam a ser assassinados um a um e a lenda envolvendo Jason Voorhees volta à tona.
Na segunda parte descobrimos que Jason está vivo. Ele que tinha aparecido apenas no final do filme original e não tínhamos certeza se era sonho da protagonista ou realidade, agora está realmente entre nós.
Seu rosto é coberto por uma espécie de saco com furo nos olhos para esconder sua horrenda face. Ele ainda não utilizava sua marcante máscara de hockey. As relações que ele tem com sua mãe passam a ser exploradas a partir daqui. Relação essa que o marcará durante toda a franquia.
“Ele não pode estar solto por aí, matando adolescentes nus no meio da floresta com utensílios domésticos. Eu tive essa conversa com Betsy Palmer, que passou por um longo processo de introspecção e análise do personagem antes de interpretar sua mãe, e ela me disse que na sua cabeça pensava “Ah, mas eles nunca acharam seu corpo”. Ao que eu argumentei: ‘Você quer dizer que ele saiu do fundo do lago, sem direção, e aqui se encontra um garoto deformado, vivendo de caranguejos ou algo assim que ninguém nunca viu por 35 anos ou mais e ele ainda está lá, colecionando vítimas? ’ A resposta mais simples é… ‘sim’.” Tom Savini, em Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake, David Grove .
Sexta-Feira 13 — Parte III (1982), de Steve Miner
A lenda de Jason permanece viva e, dessa vez, ele procura por jovens que procuram descanso na floresta durante o fim de semana.
Nessa parte, finalmente Jason utiliza sua máscara de hockey. Um dos personagens do filme costuma usar máscaras de terror, e Jason escolhe a de hockey para ser sua. A partir deste episódio é que o assassino passou a utilizar o item que seria sua marca registrada.
O filme foi lançado originalmente em 3D nos cinemas. Teve um orçamento de 2,3 milhões de dólares e faturou 36,6 milhões na bilheteria dos Estados Unidos. Foi o primeiro a tirar E.T. – O Extraterrestre (1982) do primeiro lugar das bilheterias. No mesmo ano, foi o segundo terror mais lucrativo do ano ficando atrás apenas de Poltergeist (1982), cuja direção é de Tobe Hooper, criador de O Massacre da Serra Elétrica (1974).
Sexta-Feira 13 — O Capítulo Final (1984), de Joseph Zito
Os moradores dos arredores do acampamento Crystal Lake descobrem que Jason pode ainda estar vivo quando uma série de assassinatos começa a ocorrer na região.
Neste capítulo temos a participação do ator Corey Feldman, como Tommy. Ele está diversos filmes clássicos da década de 1980. São produções como Gremlins (1984), Os Goonies (1985), Conta Comigo (1986) e Os Garotos Perdidos (1987). Seu personagem ainda seria um elo para o próximo filme da franquia e ele faz uma reprise no papel como Tommy aos 12 anos de idade.
Bom, como o próprio título diz esse deveria ser o último filme da franquia, em que Jason estaria finalmente morto. Mas, como dizem, nunca acredite em um filme que traz no título “o final”.
“Eles não me ofereceram a parte 3, mas quando chegaram ao quarto filme e a franquia estava enfraquecendo, me ofereceram a quarta parte e eu pude finalmente matar Jason em um filme chamado O Capítulo Final (1984).
Aham, tá certo. O filme rendeu tanto dinheiro que eu tenho certeza de que haverá um Sexta-Feira 13 parte 13.” Tom Savini, em Sexta-Feira 13 – Arquivos de Crystal Lake, David Grove .
Sexta-Feira 13 Parte V — Um Novo Começo (1985), de Danny Steinmann
Depois de estar finalmente morto em uma cova, alguém decide assumir a identidade de Jason e cometer crimes bem parecidos com os dele. Esse filme se afasta dos arredores de Crystal Lake e se passa numa instituição psiquiátrica em que Tommy (John Shepherd) está internado para se tratar do trauma sofrido ao enfrentar o serial killer anos atrás.
Sexta-Feira 13 Parte V é um dos mais violentos da franquia. Com cenas de gore, sexo explícito e uso de drogas. Inclusive, existem relatos que as drogas eram usadas de forma pesada inclusive nos bastidores da produção. Na época do lançamento, foi recebido com críticas negativas e um acentuado declínio nas bilheterias. Mas recentemente, a produção está sendo revista e considerada um clássico cult assim como outros filmes da franquia.
“Mesmos gritos, mesmas perseguições intermináveis, mesmos seios, mesmo sangue, mesmo machado, mesma falta de explicação, mesmo final com gancho para outra sequência. Existe um padrão emergindo aqui? Resumindo: mais do mesmo, mais do mesmo.” Steve Davis, do The Austin Chronicle em abril de 1985.
Sexta-Feira 13 Parte VI — Jason Vive (1986), de Tom McLoughlin
Após amigos e familiares serem assassinados por Jason, Tommy Jarvis (Thom Mathews) está traumatizado. Para ter certeza de que o monstro está morto, ele vai a sua cova e finca uma estaca de ferro em seu peito. Mas, acidentalmente, com uma tempestade de raios que ocorre no momento, ele acaba ressuscitando-o. Tommy então precisa fazer o possível para que Jason não faça mais vítimas por onde passa.
Embora o conceito inicial, devido aos acontecimentos do filme anterior, fosse trazer Tommy Jarvis como assassino, Jason volta como principal personagem. Isso se deu principalmente ao baixo faturamento de Sexta-Feira 13 Parte V – Um Novo Começo. O vilão torna-se explicitamente sobrenatural e com referencias à Frankenstein ao ser ressuscitado através da eletricidade. A partir daí, Jason se torna um zumbi ao invés de um mortal com força excepcional que seria a marca do vilão nos filmes seguintes.
Sexta-Feira 13 Parte VII — A Matança Continua (1988), de John Carl Buechler
Tina Shepard (Lar Park-Lincoln), depois de um acesso de raiva, assassina seu pai abusivo enquanto estava no acampamento Crystal Lake utilizando seus poderes tele cinéticos. Anos mais tarde, como parte de uma terapia de seu psicólogo que usa métodos duvidosos, Crews (Terry Kiser), ela retorna ao acampamento. Acidentalmente ela desperta o assassino Jason Voorhees que estava sepultado no fundo do lago. Agora Tina vai precisar usar seus poderes para poder deter Jason.
Inicialmente esse filme seria um crossover entre Sexta-Feira 13 e A Hora do Pesadelo. Coisa que só iria se concretizar anos mais tarde com Freddy vs Jason (2003). Era uma tentativa da Paramout Pictures, detentora dos direitos dos filmes do Jason, fazer a franquia voltar a ser rentável. Enquanto os lucros de Sexta-Feira 13 diminuíam, os de Freddy Krueger só aumentavam. O encontro só não aconteceu aqui por que, a Paramount e a New Line, essa última detentora dos direitos de Freddy, não conseguiram entrar em acordo. O duelo só se tornou possível quando a New Line comprou os direitos do monstro mascarado anos depois.
Ao invés disso, o conceito foi mudado para “Jason vs Carrie”, com referência ao livro de Stephen King que virou filme dirigido por Brian De Palma, Carrie – A Estranha (1976).
Sexta-Feira 13 Parte VIII — Jason Ataca Nova York (1989), de Rob Hedden
Depois de uma âncora atingir um cabo de eletricidade, Jason é ressuscitado. Depois de desperto ele acaba entrando em um navio que o leva para Nova York. Já na embarcação ele inicia seus assassinatos a um grupo de estudantes que está a bordo.
Esse é um dos mais engraçados da franquia. Tem viagem de jovens, problemas familiares, naufrágio e Jason chutando música questionável pelo caminho. A ideia inicial era que o monstro passasse pelos pontos mais conhecidos de Nova York, porém, com o orçamento disponível, não foi possível. Para tanto, foi necessário passar maior parte do filme dentro do navio e somente as cenas finais serem em Nova York.
Tem também uma cena super engraçada em que Jason encara um boxeador e arranca sua cabeça com um soco certeiro. A cabeça sai rolando e cai direto numa lata de lixo. É comédia pra pastelão nenhum botar defeito.
Esse foi o último filme da franquia produzido e distribuído pela Paramount Pictures. Com seu baixo desempenho, a empresa vendeu seus direitos para a New Line Cinema que, como já dito, era detentora do universo de Freddy Krueger.
Jason Vai para o Inferno — A última Sexta Feira (1993), de Adam Marcus
O FBI trama uma armadilha e consegue eliminar Jason Voorhess (Kane Hodder). As partes do seu corpo são levadas ao necrotério e o legista tem seu corpo encarnado pelo espírito do assassino. Seu objetivo agora é encontrar sua irmã Jessica (Kari Keegan), que vive em Crystal Lake.
Esse é o primeiro filme realmente sobrenatural da franquia. Apesar de algo do tipo ter sido mostrado nos capítulos anteriores, aqui fica realmente explícito. Descobrimos que o motivo de Jason sempre voltar é devido a sua capacidade de troca de corpos. Então é necessário um recurso igualmente sobrenatural para conseguir acabar com ele definitivamente.
O diretor Adam Marcus quem teve a ideia e escreveu o roteiro que foi aprovado por Sean S. Cunningham, roteirista e diretor do filme original. Marcus então foi contratado para dirigir o longa e tentar reverter o fracasso do capítulo anterior. A última cena do filme era um prenúncio do confronto Freddy x Jason que viria 10 anos depois.
Jason X (2001), de James Isaac
Depois de ser confinado no centro de pesquisa, o psicopata Jason Voorhess (Kane Hodder), consegue escapar. Numa tentativa de detê-lo Rowan (Lexa Doig) acaba ficando congelada criogenicamente junto com o assassino por cerca de 400 anos. Até que em 2455, quando o planeta Terra não é mais usado para moradia de humanos, uma nave encontra os dois e estão prestes a descongelá-los.
Esse filme tem como principal referencia Alien – O Oitavo Passageiro (1979) e é o mais estranho da franquia Sexta-Feira 13. Como alguns costumam a chamar é o “Jason Power Ranger”. Em um determinado momento ele ganha uns melhoramentos no seu corpo na nave espacial que o faz ficar a cara de um vilão do seriado.
O cientista marrento que aparece no início do filme é interpretado por David Cronenberg. Ele é diretor de filmes de ficção científica como Scanners, sua mente pode destruir (1981) e A Mosca (1986).
Sexta-Feira 13 (2009), de Marcus Nispel
Clay (Jared Padalecki) está a procura de sua irmã desaparecida. Apesar de ser alertado por pessoas do local, ele começa a procurar próximo da floresta de Crystal Lake. Ele encontra com um grupo de jovens que estão nas redondezas para passar o final de semana e começam a serem perseguidos pelo assassino Jason Voorhess (Derek Mears).
Este remake condensa a história dos filmes 1, 2 e 3. Na cena de abertura, descobrimos quem era o assassino do primeiro filme. O pequeno Jason pega o facão e se torna o serial. Segunda cena, Jason ataca um grupo de jovens ainda utilizando um pano para tampar seu rosto. Terceira cena, logo após o logo do filme, Jason continua a matar um segundo grupo e encontra a máscara de hockey. Esse filme tem entre os produtores o diretor Michael Bay que também produziu os remakes de O Massacre da Serra Elétrica (2003), Horror em Amityville (2005) e A Hora do Pesadelo (2010).
A FRANQUIA VALE A PENA?
Bom, apesar dos altos e baixos dos capítulos de Sexta-Feira 13, ela é uma franquia em que os capítulos são realmente continuações. Existe um desenvolvimento, por mais estranhos que sejam, do personagem Jason Voorhees. Algo bem diferente do que foram as franquias O Massacre da Serra Elétrica e Halloween em que os acontecimentos envolvendo Leatherface ou Michael Myers a cada momento mudavam seus rumos radicalmente com continuações remakes, reeboots e afins.
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