Por Joyce Pais
Composto por cinco contos de O. Henry, pseudônimo de William Sydney Porter, um dos maiores contistas americanos do século XIX, criador de personagens icônicos como Cisco Kids, cada episódio de Páginas da Vida (1952) foi dirigido por um diretor diferente: O Tira e o Hino, por Henry Koster, O Toque do Clarin, por Henry Hathaway, A Última Folha, por Jean Negulesco, O Resgate do Chefe Vermelho, por Howard Hawks e O Presente dos Reis Magos, por Henry King.
Narrado pelo autor John Steinbeck, que faz uma rara aparição em câmera para introduzir cada história, o filme é fiel ao estilo de O. Henry e se aproxima do universo popular, com tramas compacta, diretas e finais dotados de elementos surpresa. Algumas dessas surpresas são tão familiares que podem ser previstas, mas isso não amarga o sabor de ver estes personagens vivendo verdadeiras provações.
Todos os contos são embalados por uma “moral”, uma espécie de lição ou aprendizado, quando não, críticas sociais profundas, por trás de tramas simplórias, mas sem dúvidas, reflexivas. Muito difícil não ser tocado por alguma das passagens ou pelos personagens construídos de forma tão humana. Pelo vagabundo que prefere passar o inverno na prisão do que nas ruas, pelos recém-casados que não tem condições financeiras de se presentear no Natal ou pelo policial honesto que passou por cima de interesses particulares para cumprir o seu dever. Afinal, quem nunca esteve na encruzilhada e teve que fazer escolhas que impactariam o resto da sua vida?
Páginas da Vida é distribuído no Brasil pela Obras-Primas do Cinema e pode ser adquirido AQUI
Você não sabia que…
– A trilha sonora foi composta por Alfred Newmaros, que assinou a trilha de outros clássicos como A Canção de Bernadette (1943), O Corcunda de Notre Dame (1939), O Manto Sagrado (1953), A Malvada (1950), entre outros.
– Para os que, assim como eu, são fãs da Marilyn Monroe, fica uma aviso: ela aparece em apenas uma breve cena de um dos contos.