Por Gustavo Soussumi
Com um misto de drama e fantasia, Cavalo de Guerra é um filme que ilustra a magia de Steven Spielberg, que dirigiu tantos outros filmes da mesma categoria, como Inteligência Artificial, Parque dos Dinossauros e E.T., O Extra-terrestre. Em seu novo longa, Spielberg surpreende ao centrar a história em um cavalo e sua jornada por diversos países da Europa durante a Primeira Guerra Mundial.
Essa mistura, por outro lado, acaba mais por prejudicar o filme do que impressionar. Enquanto assistimos, ficamos divididos entre um drama sério, retratando a difícil vida durante a guerra tanto para civis quanto militares, e uma história quase infantil da vida do cavalo. O processo de humanização excessiva do animal, que muitas vezes faz escolhas morais não inerentes à sua espécie, chega a causar um estranhamento ao ponto de questionarmos a seriedade do filme.
Além disso, os conflitos presentes na história são resolvidos de maneira pouco verossímil. Tudo acontece de um modo muito idealizado, e os obstáculos são vencidos quase instantaneamente. O excesso de coincidências e clichês torna o filme muito “plástico”, artificial e, por fim, cansativo.
Vale lembrar que o filme não se baseou apenas no livro de 1982 por Michael Morpurgo, mas também na adaptação teatral de 2007 de mesmo nome. De fato, o filme se aproxima mais do teatro do que do cinema. Há uma cena no início da história em que o cavalo, chamado Joey, está tentando ajudar seu dono Albert (Jeremy Irvine) a arar um terreno pedregoso e de repente começa a chover. Porém, a chuva se inicia tão rapidamente e de forma tão intensa que não convence, parece mais uma representação artística do que uma tentativa de reproduzir a realidade.
Se o roteiro não agrada tanto, a trilha sonora realmente impressiona, sendo composta por John Williams, que participou também em outras obras notáveis como Tubarão, E.T., o Extra-terrestre, Indiana Jones e a saga Star Wars. Também somos surpreendidos com uma bela fotografia. As filmagens foram feitas em campos ingleses, e a edição de cores, luz e sombra causam um efeito admirável.
O filme recebeu seis indicações ao Oscar 2012, incluindo melhor filme, trilha sonora e direção de arte.
Ano: 2011
Diretor: Steven Spielberg.
Roteiro: Lee Hall e Richard Curtis.
Elenco Principal: David Thewlis, Benedict Cumberbatch, Emily Watson.
Gênero: Drama.
Nacionalidade: EUA.
Veja o trailer:
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