Entre os dias 6 e 14 de outubro acontece o 10º Festival Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Pelo segundo ano consecutivo, o evento segue no formato online, devido à pandemia da Covid-19. Mesmo com todas as dificuldades de se fazer filmes e exibi-los devido ao desgoverno atual, o Olhar continua firme, com mais de 70 filmes disponíveis, sendo que destes 40 são nacionais.

Estes títulos estão divididos em 7 mostras distintas sendo elas: Novos Olhares, que têm maior radicalidade em suas propostas estéticas; Olhares Brasil, panorama de produções inéditas ou que já estiveram em festivais de cinema aqui e no Mundo; Exibições Especiais, que conta com redescobertas de grandes mestres e mestras do cinema; Competitiva, que traz uma ampla gama de temas contemporâneos e potencial de comunicação com o público; Mirada Paranaense, dedicada a produções locais; Outros Olhares, uma variedade de estilos em torno de questões urgentes enfrentadas pelo mundo atual; e Foco, uma chance privilegiada de explorar a obra de algum altor/a de cinema contemporâneo, esse ano dedicada a Kamal Aljafari.

Além disso, a programação conta com workshops, cursos, conversas com diretores e atores entre outros eventos. A programação completa  do 10º Festival Olhar de Cinema está disponível aqui.  Os ingressos podem ser adquiridos pelo valor de R$5,00 e garantem o acesso ao filme durante 24h.

Abaixo indicamos 5 filmes da programação do Olhar de Cinema 2021 que valem o play.

Deus tem AIDS | Direção: Fábio Leal e Gustavo Vinagre

Na contramão do imaginário socialmente estratificado em torno da epidemia da AIDS no Brasil, e da sorofobia cotidiana direcionada às pessoas que vivem com HIV, o documentário se lança no gesto de remodelar e se apropriar desses termos e imagens tão codificados, voltando-se para o olhar de sete artistas e um médico ativista sobre suas trajetórias, seus desejos e percepções. Junto às entrevistas que ancoram o filme, reverberando a provocação presente no título, reside a aposta nas formas e discursos artísticos como possibilidade de elaboração crítica e afirmação de vida no presente. Vale avisar que o doc possui uma apresentação artística bastante explícita, mas o tema é de muita relevância.

10º Festival Olhar de Cinema

Nũhũ Yãg Mũ Yõg Hãm: Essa Terra é Nossa | Direção: Isael Maxakali, Sueli Maxakali, Carolina Canguçu, Roberto Romero

“Essa Terra É Nossa” – declara a pintura, feita em meados do filme, nos muros de uma cidade marcada pelas atrocidades cometidas contra o povo Maxakali, cifrando ali mais de 500 anos de projeto colonial genocida no Brasil. Tomando essa frase como guia, o documentário – fruto da parceria de cineastas Maxakali e não-indígenas – nos convida a partilhar da caminhada dos Tikmũ’ũn pelo território dos antigos, traçando uma cartografia mítica que se atualiza nas paisagens cerceadas do presente e fabula outras imagens possíveis, preservando para o futuro as memórias e os cantos de um lugar.

 10º Festival Olhar de Cinema

Carro Rei | Direção: Renata Pinheiro

Nascido em um carro, desde muito cedo Uno mantém uma relação bastante especial com eles. A partir da reforma de um velho automóvel da família, ele e seu tio, o mecânico Zé Macaco, darão início a um movimento que ninguém pode prever como e onde vai terminar. Ao misturar elementos de vários gêneros cinematográficos, passeando entre a fantasia desbragada e o ancoramento numa realidade bastante específica, Renata Pinheiro constrói um filme único no panorama do cinema brasileiro atual, ao mesmo tempo urgente e atemporal. Cinema livre e incômodo, como deve ser aquele feito em tempos absurdos. O filme estreou no Festival de Gramado deste ano e levou 4 prêmios, incluindo o de Melhor Longa Brasileiro pelo Júri Oficial.

10º Festival Olhar de Cinema

Rio Doce | Direção: Fellipe Fernandes

 Pressionado por uma dor nas costas e pela grana sempre curta, Tiago (interpretado por Okado do Canal) tem um encontro que reconfigura o que sabe sobre o próprio pai, tornando iminente uma crise em seu modo de ser. Ambientado entre a periferia de Olinda e a classe média recifense, o filme contrasta os dois mundos sem ignorar ou achatar a complexidade das relações humanas. Nesse universo em que pulsam as batidas do rap e a vida em comunidade, o que entrevemos nas rachaduras de um modelo de família em ruínas é a construção de uma outra masculinidade.

10º Festival Olhar de Cinema

Rolê – História dos Rolezinhos | Direção: Vladimir Seixas

Documentário que tem como mote os episódios de “rolezinhos” que marcaram o Brasil na década passada, com a presença massiva de jovens negros e de periferia a ocupar os shoppings de centros urbanos, assim explicitando o racismo cristalizado nessas fronteiras simbólicas. Acompanhando a vida de três dessas personagens e mobilizando um rico material de arquivo, o filme, de assumido compromisso militante, assinala os ecos entre diferentes contextos e práticas de resistência política e subjetiva, endereçando a abissal desigualdade social e racial que se atualiza diariamente no país.

 10º Festival Olhar de Cinema

Saiba mais sobre o 10º Festival Olhar de Cinema aqui.

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