Durante o mês de junho acontece a oitava edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. O evento, iniciado em 2012, é uma celebração do cinema independente que, ao longo de sua história, movimentou um público de mais de 100 mil pessoas e exibiu mais de 600 filmes de várias nacionalidades.

Em 2019, o festival chega maior e mais completo do que nunca. Ao todo, serão exibidos 131 longas, divididos em 10 mostras.  A equipe do Cinemascope fará uma cobertura intensa do evento, que acontece entre os dias 5 e 13 desse mês. Para entrar no clima, confira abaixo detalhes da programação e os filmes que valem a pena ficar de olho nas mostras competitivas e paralelas.

Abertura e Encerramento
O primeiro e o último filme de mostras como a Olhar de Cinema são escolhidos a dedo. Eles geralmente mostram o espírito do festival e passam mensagens claras ao público. Esse ano, a abertura será com Banquete Coutinho, de Josafá Veloso, e o encerramento com Breve História do Planeta Verde, de Santiago Loza.

Competitiva
Aqui você encontra longas e curtas-metragens recém-chegados ao mundo e muitas vezes inéditos no Brasil. É um espaço de descobertas, inventividades e abordagens contemporâneas a temas que comunicam diretamente com o espectador. A mostra da oitava edição contempla 19 filmes de diversas nacionalidades.

Outros Olhares
Os filmes exibidos nessa seleção variam bastante e vão desde longas inéditos, a outros recém-estreados e até mesmo exibidos em festivais nacionais e internacionais. Atente-se aos brasileiros A Cor Branca, de Afonso Nunes, Espero Tua (Re)volta, de Eliza Capai, e Enquanto Estamos Aqui, de Clarissa Campolina e Luiz Pretti.

Novos Olhares
Dedicada a longas-metragens com propostas estéticas mais radicais, os filmes dessa mostra convidam o público a um mergulho lírico, enveredam por caminhos desconhecidos e propõem a frieza do distanciamento épico. Não Pense que Vou Gritar, do francês Frank Beauvais, e Levando Doces ao Cavalo, da indiana Anamika Haksar, são escolhas que quebram as barreiras do convencional.

Exibições Especiais
Composta por filmes de diferentes culturas e realidades, essa mostra mescla elementos do passado e do presente, visando apontar possibilidades para o futuro do audiovisual. Vale a pena conferir A Mulher de Luz Própria, de Sinai Sganzerla, Sedução da Carne, de Júlio Bressane, Dyketactis e Força Dupla de Barbara Hammer.

Mirada Paranaense
Essa mostra busca apresentar ao público os mais recentes exemplares do audiovisual local. Nessa toada, é bom ficar de olho em Pinhão, longa de Andréia Kaláboa.

Olhares Brasil
Mostra estreante no festival, essa seleção busca exaltar o cinema brasileiro em tempos de pouco investimento em cultura. Aqui estão reunidos filmes que brilharam em festivais nacionais e internacionais como A Rosa Azul de Novali, de Gustavo Vinagre e Rodrigo Carneiro, Estou me Guardando para Quando o Carnaval Chegar, de Marcelo Gomes, e Vaga Carne, de Grace Passô e Ricardo Alves Jr.

Olhar Retrospectivo
Baseada em paralelos, esta seleção apresenta diálogos entre as histórias recentes de dois países da América do Sul. De um lado está a retrospectiva da obra do diretor Raúl Ruiz, produzida em sua maioria durante a ditadura militar do Chile (1973-1990). Esse período coincide com a ditadura do Brasil (1964-1985), representada pelo outro viés da mostra. Neste, serão exibidos 10 filmes realizados por brasileiros exilados durante o período ditatorial.  Do lado chileno, As Divisões da Natureza é essencial. Já entre os brasileiros A Dulpa Jornada, de Helena Solberg, O Leão de Sete Cabeças, de Glauber Rocha e O Pequeno Exército Louco, de Lúcia Murat e Paulo Adário são ótimas opções.

Olhares Clássicos
A história do cinema foi marcada de uma maneira ou de outra pelos títulos exibidos nessa mostra. Considere incluir em sua programação os clássicos Cantando Na chuva, de Gene Kelly e Stanley Donen, Memórias do Cárcere, de Nelson Pereira dos Santos, Os Renegados, de Agnès Varda, e o Programa Germaine Dulac, que inclui vários curtas da diretora.

Foco
Esta seleção é dedicada exclusivamente à carreira da cineasta chilena Camila José Donoso. Ela estará presente no Olhar de Cinema para participar de debates após a sessões e conversar com o público sobre seus processos criativos. Seus longas Casa Roshell, Naomi Campbel e Nona-se me molham, eu os queimo, são boas pedidas.

Pequenos Olhares
Dedicada a crianças e adolescente, as sessões possuem filmes voltados a diversas faixas etárias. Trata-se de um espaço aberto para os jovens espectadores viverem a experiência do festival, que também contempla a possibilidade de produções para toda a família. A dica aqui é Um Filme de Verão, do brasileiro Jo Serfaty.