Organizado pelo crítico Donny Correia e pela jornalista Joyce Pais, fundadora do Cinemascope, o livro digital FILMES DE URGÊNCIA – FRAGMENTOS DE UM PAÍS NO NOVÍSSIMO CINEMA BRASILEIRO foi disponibilizado gratuitamente.

O livro reúne seis autores de diferentes partes do Brasil – responsáveis por um capítulo cada um, que trazem reflexões sobre a produção da última década do cinema brasileiro, dos anos 2010 a 2020.

São seis capítulos – um para a cena audiovisual de cada região do país – que no conjunto refletem sobre uma produção cinematográfica muito diversa, que adentrou os anos 2010 resultante de um período de expansão e descentralização das políticas públicas para o setor; e que converge para o sentimento urgente que batiza o livro.

Segundo os organizadores de FILMES DE URGÊNCIA, o cinema brasileiro dos últimos 10 anos se tornou um cinema de urgência porque ele começou a se afinar – voluntariamente ou não – com muitas pautas e acontecimentos sócio-políticos que também foram se tornando urgentes no país, especialmente depois de 2013. São filmes que vinham dialogando diretamente com demandas e acontecimentos históricos no calor do momento.

Com isso em mente, os organizadores convidaram autores que tinham vivência e lugar de fala pra descentralizar o debate em torno das obras. Baseada em Belém, a crítica e roteirista Lorenna Costa Montenegro abre a publicação com o artigo “Fabulações sobre a Amazônia e a experiência do cinema nortista”. É seguida pelo jornalista Cícero Pedro Leão, que faz uma reflexão sobre a travestilidade a partir do longa cearense Inferninho (2019). No capítulo intitulado “Nordestern: o sertão (en)contra o capital”, a historiadora e roteirista Thaís Lourenço revisita múltiplas representações do sertão no cinema brasileiro recente. O livro avança para o centro-oeste do país com Branco sai, preto fica: episódios de racismo na capital do Brasil”, capítulo escrito por Bruno Tavares.

No quinto capítulo, “Um quintal universal tão diverso quanto o Brasil”, a pesquisadora Carolina Assunção conversa com jovens realizadores – como o diretor Gabriel Martins e a produtora Luana Melgaço, sobre a profícua cena cinematográfica do estado. No sexto e último, a roteirista Janaina Fischer reúne depoimentos de sete cineastas da região sul que lançaram seus primeiros longas-metragens no anos 2010, como Davi Pretto (Rifle, 2016) e Filipe Matzembacher e Marcio Reolon (Tinta Bruta, 2018).

Para Donny Correia, FILMES DE URGÊNCIA nasceu com a proposta de ser um documento sobre o cinema brasileiro dos anos 2010, “mas acabou se tornando um testamento”. A gestação do livro começou no final de 2019 e atravessou o primeiro ano da pandemia de Covid-19, acompanhando o desmonte de políticas públicas para o audiovisual e a cultura, o sucateamento de equipamentos culturais, e os ataques diretos que a classe artística passou a sofrer por parte do governo federal.

Joyce Pais enfatiza a importância do lançamento de um livro gratuito sobre o nosso cinema em um momento de crise: “para saber no que vai se transformar este novíssimo cinema brasileiro, é preciso produzir memória sobre ele”. Mesmo que seja a contrapelo (ou talvez por isso mesmo) do momento histórico em que nos encontramos.

 

BAIXE GRATUITAMENTE

 

FILMES DE URGÊNCIA

Fragmentos de um país no novíssimo cinema brasileiro

Org. Donny Correia e Joyce Pais

Boneko de Neve Filmes, 2021

E-book gratuito (PDF) disponível aqui: https://bit.ly/2-semana-mais-cinema

 

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